1 de março de 2018

Darkest Hour.


   Mais uma sessão, mais um filme arrebatador. Darkest Hour é uma fonte quase histórica. Joe Wright mostra-nos, com incrível precisão, as horas mais difíceis de Churchill na II Guerra Mundial, dividido entre negociar uns termos de paz humilhantes com Hitler, que tornariam o Reino Unido refém do tirano alemão, ou prosseguir na guerra, resistindo, apoiando Paris, que estava prestes a cair. Sabemos o final desta história: Churchill conseguiria o apoio da Câmara dos Comuns, Londres seria bombardeada, os britânicos haveriam de suportar a provação e a vitória, essa, coube aos Aliados, cinco anos depois, que o filme é ambientado no ano de 1940.

   A cenografia, o guarda-roupa e a caracterização estão primorosos. Gary Oldman incorporou talvez o melhor Churchill da sétima arte, um homem difícil, irascível, extraordinário estratega e exímio orador. Como foi mencionado, algures no filme, Churchill jogou com a língua inglesa, colocando-a no campo de batalha. Negociar com o "pintor de paredes", como se referia a Hitler, é que estava fora de questão. Um democrata não negoceia com tiranos, ainda menos quando tem a «cabeça na boca do tigre».

  Um dos melhores filmes a que venho assistindo, não só por ser histórico, mas também por ser incrivelmente verossímil. E por, afinal, centrar-se num capítulo que mudou radicalmente a configuração geopolítica do planeta, com repercussões que vamos sentindo até ao dia de hoje. A ONU, o Conselho de Segurança da ONU, reflecte a ordem hegemónica emanada da II Guerra Mundial. Hitler ameaçava a Europa. Tarde ou cedo, e muito embora houvesse uma tolerância para com os latinos, até pela aliada Itália, para Portugal - e concretamente para Portugal - estava traçado um plano de invasão iminente.

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