28 de julho de 2010

Regras de Conduta (II)



Dando seguimento ao meu primeiro post relativamente às regras de conduta, prossigo hoje com mais um tema a desenvolver e com mais regras que considero imprescindíveis na vida quotidiana. Hoje abordarei o acto de bem receber visitas em nossa casa. Não o devemos fazer de qualquer forma. Há regras a serem cumpridas e que ficam sempre bem.


Receber Visitas

O acto de bem receber é do mais importante que pode existir. Receber alguém em casa significa partilhar um pouco de nós com os nossos amigos. Também pode ser considerado um gesto de carinho. Quando convidamos alguém a jantar em nossa casa, por exemplo, é o mesmo que dizer a essa pessoa que gostamos dela, que a sua presença em muito nos honraria e que sentimos um carinho especial por ela. Por esse motivo, não o podemos fazer de qualquer forma. Há que separar as visitas comuns das menos habituais. As nossas visitas comuns merecem toda a atenção, no entanto, com tempo, o acto de receber torna-se espontâneo. Digamos que as coisas fluem de outro modo. Quando se trata da primeira vez que recebemos uma certa pessoa, há requisitos importantíssimos e que fazem toda a diferença. Vamos a isso.
Depois de convidarmos alguém, é importante que saibamos minimamente os gostos pessoais da visita. É indelicado convidar alguém a tomar uma bebida alcoólica se essa pessoa é abstémia, por exemplo. Então, devemos ter em conta esses pormenores. Quando a visita chega, abrimos a porta com calma. No caso de termos empregada, é preferível que sejamos nós a receber o visitante. Dá um ar de maior proximidade, porém, se for a empregada a fazê-lo, não há mal algum. Nunca cumprimentamos a visita antes de a convidarmos a entrar. Se o fizermos, eis o primeiro erro. Dar sempre a primazia de passagem à visita. Depois dos cumprimentos, com um beijo suave ou um aperto de mão, encaminhamos a visita para o local onde tudo se vai desenrolar. As visitas devem ser recebidas na sala de estar. Outros lugares, como o quarto ou a cozinha estão totalmente proibidos. Convidamos a visita a sentar-se, de forma educada e cordial e perguntamos se deseja tomar alguma coisa, uma bebida, água, sumo, café, chá, etc. No caso de termos empregada, aplica-se o procedimento acima citado. A sala de estar, geralmente, é a parte reservada à televisão, aparelho de som, etc. Os mesmos deverão estar desligados. É horrível receber alguém com a t.v ligada. A visita nunca deve ficar sozinha. Como é evidente, podemos ter a necessidade de ir ao banheiro. Muito bem, pedimos desculpa e ausentamo-nos por um curto espaço de tempo. Se tivermos alguém em casa, pedimos para que acompanhe a visita. O ambiente deve ser leve e descontraído. Os ruídos são a evitar, bem como obras em casa e situações semelhantes. É proibido. O tema de conversa dependerá do motivo da visita e de cada um. Em relação aos alimentos: se a visita não foi convidada nas horas das refeições para almoçar ou jantar connosco, não é de bom tom perguntar se deseja comer alguma coisa. Não obstante, podemos, sem dúvida, ter alguns salgados na mesa e aperitivos. Saciará alguma vontade da visita e é chique. A hora da visita acabar dependerá da sensibilidade de cada um, mas o procedimento é o mesmo da entrada. Damos a primazia de passagem à visita, seguimos com as habituais despedidas, mostramos o quão agradável foi a sua presença e depois da visita virar as costas para sair, fechamos delicadamente a porta. Nunca fechar a porta na cara da visita.
Quero fazer uma pequena observação em relação à primazia de passagem. Homens e senhoras, visitas, deverão ter a primazia de passagem sempre, independentemente do género. No dia-a-dia, depende de cada pessoa. No meu caso pessoal, os meus amigos rapazes, geralmente, dão-me a primazia de passagem. O pai, o avô, os tios, etc, sempre o fizeram. Nesse aspecto, tenho essa regalia atribuída, no senso comum, às senhoras, felizmente. É um acto de educação. Todavia, compreendo que alguns homens não gostem de ceder a passagem a outros homens. Respeito isso. Nunca me aconteceu, mas quando acontecer, agirei com naturalidade.
Muito mais haveria a dizer. Estamos num blogue, logo, fica sempre algo por dizer. São detalhes que farão toda a diferença. Mais algum detalhe, deixo ao vosso bom senso e sensibilidade. Boas visitas. :)

3 comentários:

  1. parece-me tudo muito impessoal. demasiado plástico.

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  2. Ok, sir Mark «Bobone». :):):) Estás em vias de escrever o segundo volume do «Socialmente correcto»!

    Correndo o risco de ser piroso, quando as pessoas vêm à minha casa deixo-as à vontade. E se alguém chega e estou ainda a jantar, mesmo na cozinha, convido a pessoa a juntar-se à mesa. Gosto desta espontaneidade para amigos e familiares.

    Se for uma pessoa com quem tenha menos confiança, claro que a recebo apenas na sala. Caso contrário, primo por quebrar todas as regras...

    Um abraço.

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  3. Para mim, a principal regra para receber bem alguém em minha casa, é que essa pessoa se sinta bem e à vontade, fora de regras demasiado espartilhadas que só se aplicam em casas que recebem visitas de cerimónia.
    E esse à vontade é perfeitamente notado, quase sempre; claro que as regras essenciais da educação nunca podem ser esquecidas.

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