31 de julho de 2010

O Passado Que Está Presente



Por vezes, o passado domina o nosso futuro e condiciona decisivamente a nossa vida. Quantos de nós, devido a erros do passado, sentimos que existe um pedaço que jamais será preenchido, uma mácula que nos persegue em todos os nossos momentos? Certamente muitos. A vida é feita de caminhos, trilhos que poderão ser os ideais ou os errados. Quando optamos, geralmente não sabemos o que nos espera, é um risco que temos de correr. Porém, as más opções podem significar um sofrimento presente, algo que nos atormenta mesmo quando tudo parece estar bem. Existem pessoas que quase sempre tomam as atitudes correctas; outras, no entanto, erram incessantemente, muitas vezes não por ignorância ou falta de perspicácia, mas sim porque não têm aquela luz que as guie pelos melhores caminhos. A vida não espera por nós e raramente nos permite corrigir erros. Eu creio que nenhum erro poderá ser corrigido, quanto muito remediado. Começo a aperceber-me de que a vida é um jogo muito perigoso, difícil de jogar. Ao mínimo erro, perdemos pontos e, com eles, um pouco da nossa felicidade. O objectivo é fazer sempre o melhor, tomar as opções mais correctas, seguir os caminhos perfeitos, no fundo, fazer tudo como deve ser feito. De outra forma, chegamos ao fim com uma pontuação menor. Há quem chegue com pouquíssima pontuação...
A construção do nosso presente faz-se através das nossas escolhas. A vida é feita delas. Tudo deve ser premeditado, todos os nossos passos e as nossas acções. Se não o fizermos, corremos o risco de estragar tudo, condicionando fortemente o futuro. Depois, não há retorno. Está feito, ninguém tem o poder para mudar. O pior erro que podemos cometer é viver a vida de forma espontânea, sem pensar em absolutamente nada. Os erros pagam-se caros, com um preço demasiadamente elevado.
Para arrumarmos bem o passado, construindo um presente calmo e um futuro promissor, devemos calcular todos os passos, meditando sobre todos os assuntos. A felicidade, essa, espreita ao fundo do grande jogo que é a vida.

30 de julho de 2010

A Minha Vida em Canções



Descobri este jogo através do blogue do Tiago MM.. É um jogo interessante e fácil de jogar. Colocamos o nosso Windows Media Player (ou um programa idêntico) em modo aleatório. Cada música que surgir, corresponde a cada pergunta que efectuamos. A ordem das perguntas é a que se segue. Para passarmos à pergunta seguinte, necessariamente passamos a uma outra música, carregando no seguinte. É natural que algumas "respostas musicais" não façam sentido, no entanto, o jogo é muito divertido.

1. Como te sentes hoje?
Milkshake - Kelis (Sim, identifico-me com o lado sensual da música).


2. Vais ser alguém na vida?
Nobre Vagabundo - Daniela Mercury (Que sorte!!!!).


3. Como os teus amigos te vêem?
H.A.T.E.U - Mariah Carey (Não me odeiam nada... Dahhhh!).


4. Vais casar?
Angels Cry - Mariah Carey (Que música triste para decidir isso...).


5. Qual é a música do teu melhor amigo?
Quente, Quente, Quente (Remix) - Doce (Duvido...).


6. Qual a história da tua vida?
I Wanna Touch U There - Sarah Connor (Quem sabe, mas não faz muito sentido...).


7. Como é que foi a escola até aqui?
Radio Gaga - Queen (Sim!!!, divertida como a música).


8. Como é que podes ir adiante na vida?
That I Would Be Good - Alanis Morissette (Espero que mais feliz do que a música!).


9. Qual é a melhor coisa nos teus amigos?
I Surrender - Celine Dion (É, talvez seja a necessidade de os sentir próximos).


10. O que está "in" esta semana?
Walk Away - Kelly Clarkson (Talvez...).


11. Como é a tua vida?
Give It 2 Me - Madonna (Bah!).


12. Que música vai tocar no teu funeral?
Hero - Mariah Carey (Lindo. Só por esta resposta valeu a pena fazer este jogo).


13. Como é que o mundo te vê?
I Wanna Dance With Somebody (Who Loves Me) - Whitney Houston (Não ando desesperado para dançar com alguém que me ame!).


14. Vais ter uma vida feliz?
Radar - Britney Spears (.... no sense....).


15. O que é que os teus amigos realmente pensam de ti?
4 Minutes - Madonna (Ahahahah...).


16. As pessoas têm inveja de ti?
I Should Be So Lucky - Kylie Minogue (Olha que sorte! Não tenho invejosos à volta. Que sortudo!).


17. Como te podes fazer feliz?
Close My Eyes - Mariah Carey (Fechando os olhos? Mau prenúncio...).


18. Com que música farias strip?
Força (Uma Página de História) - Da Weasel (!!!!!!!!!!!!!!!!!).


19. Se um homem numa carrinha te oferecesse um doce o que farias?
Passe em Casa - Tribalistas (Que depravação é esta???).


20. O que a tua mãe pensa de ti?
Hips Don't Lie - Shakira (Pois...).


21. Qual o teu segredo mais escuro e profundo?
The Last Goodbye - Lara Fabian (Humm, pode ser, pode ser...).


22. Qual a música do teu inimigo mortal?
Music Box - Mariah Carey (Dahhh, não tenho inimigos... acho...).


23. Como é a tua personalidade?
Still Loving You - Scorpions (Definitivamente correcto!).


24. Que música vai tocar no dia do teu casamento?
A New Day Has Come - Celine Dion (É um bom começo).


25. Que música vai tocar na lua-de-mel?
...Baby, one more time! - Britney Spears (Yeah, sim, sim!!!).


26. O que os desconhecidos acham de ti?
Crazy - Aerosmith (Não, por favor, looooooool).


Tal como o Tiago, vou fazer uma última pergunta:
27. Viverei muitos anos?
Hurt - Christina Aguilera (Que tristeza... Significa o quê? Vou morrer jovem?).






29 de julho de 2010

Militares Divertidos... (Don't Ask, Don't Tell?)

                       

Como se sabe, o mundo militar é muito rígido e másculo. Surpreendeu-me encontrar este vídeo, em que dois militares que estão no Iraque dançam descontraidamente ao som de uma música considerada... hum... pouco apropriada para eles. Estereótipos... E depois, a forma de um deles simular que está a cantar é tão estranha que me leva a pensar outras coisas. Nos EUA, militares assumidamente homossexuais não podem ingressar na carreira militar. Porém, se esconderem a sua orientação sexual, podem entrar livremente. Ninguém lhes pergunta, eles não respondem. É a política do Don't Ask, Don't Tell!. A lei tem mesmo esta designação.
Mas achei querido o facto de cantarem livremente e sem preconceitos, aproveitando os momentos calmos no Iraque. Para além disso, a música diz-me muito! Faz parte da minha infância. Era a música que cantava quando ia para o colégio de manhã. Estava na pré-primária. Adivinhem de quem é? :) É muito difícil. Lol
Fiquei na dúvida: serão gays???

28 de julho de 2010

Regras de Conduta (II)



Dando seguimento ao meu primeiro post relativamente às regras de conduta, prossigo hoje com mais um tema a desenvolver e com mais regras que considero imprescindíveis na vida quotidiana. Hoje abordarei o acto de bem receber visitas em nossa casa. Não o devemos fazer de qualquer forma. Há regras a serem cumpridas e que ficam sempre bem.


Receber Visitas

O acto de bem receber é do mais importante que pode existir. Receber alguém em casa significa partilhar um pouco de nós com os nossos amigos. Também pode ser considerado um gesto de carinho. Quando convidamos alguém a jantar em nossa casa, por exemplo, é o mesmo que dizer a essa pessoa que gostamos dela, que a sua presença em muito nos honraria e que sentimos um carinho especial por ela. Por esse motivo, não o podemos fazer de qualquer forma. Há que separar as visitas comuns das menos habituais. As nossas visitas comuns merecem toda a atenção, no entanto, com tempo, o acto de receber torna-se espontâneo. Digamos que as coisas fluem de outro modo. Quando se trata da primeira vez que recebemos uma certa pessoa, há requisitos importantíssimos e que fazem toda a diferença. Vamos a isso.
Depois de convidarmos alguém, é importante que saibamos minimamente os gostos pessoais da visita. É indelicado convidar alguém a tomar uma bebida alcoólica se essa pessoa é abstémia, por exemplo. Então, devemos ter em conta esses pormenores. Quando a visita chega, abrimos a porta com calma. No caso de termos empregada, é preferível que sejamos nós a receber o visitante. Dá um ar de maior proximidade, porém, se for a empregada a fazê-lo, não há mal algum. Nunca cumprimentamos a visita antes de a convidarmos a entrar. Se o fizermos, eis o primeiro erro. Dar sempre a primazia de passagem à visita. Depois dos cumprimentos, com um beijo suave ou um aperto de mão, encaminhamos a visita para o local onde tudo se vai desenrolar. As visitas devem ser recebidas na sala de estar. Outros lugares, como o quarto ou a cozinha estão totalmente proibidos. Convidamos a visita a sentar-se, de forma educada e cordial e perguntamos se deseja tomar alguma coisa, uma bebida, água, sumo, café, chá, etc. No caso de termos empregada, aplica-se o procedimento acima citado. A sala de estar, geralmente, é a parte reservada à televisão, aparelho de som, etc. Os mesmos deverão estar desligados. É horrível receber alguém com a t.v ligada. A visita nunca deve ficar sozinha. Como é evidente, podemos ter a necessidade de ir ao banheiro. Muito bem, pedimos desculpa e ausentamo-nos por um curto espaço de tempo. Se tivermos alguém em casa, pedimos para que acompanhe a visita. O ambiente deve ser leve e descontraído. Os ruídos são a evitar, bem como obras em casa e situações semelhantes. É proibido. O tema de conversa dependerá do motivo da visita e de cada um. Em relação aos alimentos: se a visita não foi convidada nas horas das refeições para almoçar ou jantar connosco, não é de bom tom perguntar se deseja comer alguma coisa. Não obstante, podemos, sem dúvida, ter alguns salgados na mesa e aperitivos. Saciará alguma vontade da visita e é chique. A hora da visita acabar dependerá da sensibilidade de cada um, mas o procedimento é o mesmo da entrada. Damos a primazia de passagem à visita, seguimos com as habituais despedidas, mostramos o quão agradável foi a sua presença e depois da visita virar as costas para sair, fechamos delicadamente a porta. Nunca fechar a porta na cara da visita.
Quero fazer uma pequena observação em relação à primazia de passagem. Homens e senhoras, visitas, deverão ter a primazia de passagem sempre, independentemente do género. No dia-a-dia, depende de cada pessoa. No meu caso pessoal, os meus amigos rapazes, geralmente, dão-me a primazia de passagem. O pai, o avô, os tios, etc, sempre o fizeram. Nesse aspecto, tenho essa regalia atribuída, no senso comum, às senhoras, felizmente. É um acto de educação. Todavia, compreendo que alguns homens não gostem de ceder a passagem a outros homens. Respeito isso. Nunca me aconteceu, mas quando acontecer, agirei com naturalidade.
Muito mais haveria a dizer. Estamos num blogue, logo, fica sempre algo por dizer. São detalhes que farão toda a diferença. Mais algum detalhe, deixo ao vosso bom senso e sensibilidade. Boas visitas. :)

27 de julho de 2010

Conheci um Japonês ^^


Hoje de manhã, conheci pela primeira vez uma pessoa nipónica. É claro que foi através da Só, a minha amiguita maluca mas sem a qual eu não conseguiria sobreviver. Ela lá trava amizades com várias pessoas. Tem uma capacidade de falar, ouvir e comunicar, no fundo, que é verdadeiramente admirável. Conseguiu convencer-me a sair da cama às seis e quarenta e cinco da manhã, a mim, que jurei não sair da cama antes das onze durante as férias.
Ela participa em eventos de intercâmbios culturais, universidades de Verão, enfim, nessas actividades, o que lhe permite conhecer gente diferente durante quase todo o ano.
O ponto de encontro foi um café em Entrecampos. Fomos de metro até lá. Estive doente durante uns dias e, por isso, não me sinto muito bem para conduzir. Quando chegámos, estavam dois rapazes a conversar. Um deles era asiático, reparei logo; o outro, parecia português, mas afinal era italiano. O japonês falava português, uma vez que estava em Portugal desde pequeno. O italiano falava inglês, devido ao facto de não falar português e de nenhum de nós falar italiano. Fizemos as apresentações. A Só é muito prática e eu sou mais convencional. Bebemos sumos e ficámos um bom tempo a conversar. O japonês, o Masato, é uma graça. Adorei os olhos puxados e a simpatia. Que querido. Não parou de falar comigo. O italiano, o Lorenzo, era mais distante e falou mais com a Só, talvez por conhecê-la há mais tempo e por, como eu reparei, ser um sedutor para ela. Ainda demos um passeio por um jardim ali perto e eu gostei muito. Nem dei pelas horas passarem. Combinámos mais umas saídas juntos. O italiano veio estudar para cá, num intercâmbio entre a Universidade dele em Itália e uma em Portugal. O Masato está cá a viver.
No caminho para casa, falei-lhe que tinha adorado conhecer o Masato. Gostei de tudo. Do cabelo preto, liso (como actualmente está o meu), dos olhos, da simpatia, do facto de não ser baixo, contrariamente ao estereótipo de que todos os asiáticos são baixinhos... Quando ela me responde:
-"Ele também gostou muito de te conhecer..."
-"Como é que sabes isso?" - perguntei-lhe, sorrindo.
-"Porque ele acabou de mo dizer por sms." - respondeu-me.
Mais, disse-me que ele queria ficar com o meu número, se possível. Eu deixei. Não é propriamente um estranho, apesar de não ser um conhecido de longa data. Já troquei algumas mensagens com ele. Disse-me que gostava muito da Mariah, o que me deixou feliz. Eu já sabia que ela era muito querida e amada no Japão. Enfim, já tenho o meu primeiro "amigo" japonês. ^^

26 de julho de 2010

Erros Ortográficos

Se há coisa que me irrita são os erros ortográficos. Não consigo explicar. Só sei que me provocam náuseas. Errar é humano, isso é mais do que evidente, mas, por vezes, vejo tantos erros ortográficos num texto de apenas dez linhas que fico abismado. Como é possível? No meu entender, o domínio linguístico na língua materna é mais do que necessário: é obrigatório. É evidente que eu também erro. Já aconteceu algumas vezes e irá acontecer outras tantas. Porém, existem erros e erros. Alguns erros, como a confusão entre a terceira pessoa do singular do verbo «haver» () e a contracção do artigo definido «a» com a preposição «a» (à), são erros que, apesar de não serem admissíveis, são correntes. Existem muitos outros, mas este post não tem como objectivo enunciar erros ortográficos. Mas, já tenho lido erros que chegam a causar-me vómitos culturais. Desta vez, a pérola é do Diário de Notícias. Ora vejam:


«União Africana regeita Tribunal Penal Internacional em África

Diário de Notícias - Lisboa - ‎Há 5 horas‎
Os líderes dos países da União Africana, reunidos em cimeira, deverão rejeitar um pedido do Tribunal Penal Internacional (TPI) para a abertura de uma secção africana, quando diversos países africanos acusam o tribunal de ter uma agenda contra o ... »


«Regeita»? Trata-se de um neologismo ou estou profundamente desactualizado? Ah, já sei! É uma nova forma verbal. Humm, pouco provável... Será um caso de dupla grafia, contemplado no novíssimo Acordo Ortográfico de 1990? Também não.
É isso mesmo. Um erro ortográfico horrível, com gravidade acrescida tratando-se de um jornal. Que excelente jornalista, parabéns! E não há ninguém que submeta os textos a uma revisão linguística? Muitas perguntas que ficam sem respostas. Até a prima de dez anos escreve melhor!

25 de julho de 2010

Robocop Gay - Mamonas Assassinas

     

Eu era muito pequeno quando os Mamonas Assassinas faleceram num trágico acidente de avião. Mas sei que houve uma onda de comoção nacional, tanto no Brasil como em Portugal. Por terras lusas, eles também eram bastante famosos. Tinham um estilo único que suscitou a curiosidade e o gosto de milhões de pessoas. No auge da sua carreira meteórica, um acidente deixou os brasileiros e os portugueses um pouquinho mais órfãos. Ontem, a pesquisar a música deles mais conhecida, Pelados em Santos, dei com este Robocop Gay. Eu, que não costumo ser nada condescendente com músicas que demonstrem homofobia, fiquei surpreendido ao constatar que se trata de uma música normal, cómica, é certo, mas uma música normal. E também não podemos levar tudo a mal. Não notei homofobia alguma na letra e até achei engraçada. Penso no que eles ainda tinham para dar ao mundo...
Até sempre.



PS: Adorei a parte: "Ai, como dóiiiii...." Lol xD

24 de julho de 2010

A Imortalidade da Alma



Actualmente, em Portugal, fala-se muito sobre a vida para além da morte. Discute-se a sua existência, a falsidade de alguns supostos «médiuns», enfim, no fundo, há alguma abordagem ao assunto. Este fenómeno surgiu devido ao facto da TVI transmitir, todas as sextas-feiras, um programa focalizado na imortalidade da alma e no contacto com o mundo sobrenatural.
Na minha família sempre existiu uma crença obstinada, eu diria, na vida para além da morte. O pai, o avô paterno e, no geral, toda a família paterna, acreditam no mundo dos espíritos, apesar de serem católicos. Eu cresci rodeado de livros de um dos maiores espíritas mundiais, Allan Kardec, o fundador da Doutrina Espírita. Portanto, sempre compreendi estes fenómenos, acreditando ou não. Na medida em que sou uma pessoa tolerante, respeito todas as crenças. Desde pequeno que leio livros de Espiritismo e, tenho a dizer, não consiste nos filmes imaginários que algumas pessoas idealizam. É uma doutrina como qualquer outra. Não assusta, exceptuando mentes mais susceptíveis, e tem alguns preceitos que considero úteis, a serem verdadeiros. Eu não pratico nenhuma religião em especial, mas acredito na existência de algo que escapa aos nossos sentidos imperfeitos e materiais. Se, de facto, se trata de Deus, eu não o sei afirmar. Porém, acredito em Deus como, aliás, já o referi no blogue. Para além disso, não sei se existirá vida depois da morte. É uma incógnita. Poderá ser verdadeiro ou não. Uma coisa tenho presente em mim: não creio que estaremos sozinhos, nem acredito que a nossa existência se deva a fenómenos naturais explicáveis pela Ciência.
Todos nós queremos saber o que se passa quando a vida se extingue. A curiosidade mórbida do Homem encaminha-o para o inconformismo. É bom, uma vez que leva a Humanidade a progredir em busca de respostas nunca antes encontradas. O nosso destino é esse: correr atrás de algo que nos justifique.
A ideia de encontramos os nossos familiares é consoladora, mas, e se é falso? E se nada existe para lá do nosso último suspiro terrestre? Todos o iremos saber, mas nunca ninguém regressou para o contar.

23 de julho de 2010

A Importância do Amor



O amor é o sentimento mais nobre que pode existir. Não custa nada, a nada nos obriga e não está sujeito a qualquer tipo de constrangimento. O amor, quando puro, é o sentimento mais belo que pode existir. Quando falo em amor, refiro-me àquele sentimento que une as pessoas em torno de uma empatia e carinho mútuos. Não falo do amor carnal, físico, sexuado. Essa é outra forma de amar. Porém, a palavra «amor» é quase sempre associada a essa vertente do «amar». Está errado. Podemos - e devemos - amar os nossos amigos, os nossos familiares e até as pessoas com as quais não temos grande afinidade. O amor deve ser extensível a todos, negando o ódio, a discriminação, a intolerância e o rancor. Não obstante, o mal está enraizado no Homem. Mais facilmente fazemos o mal ao bem. E o bem é tão mais fácil de fazer...
Na minha vida, tenho visto pessoas que praticam o bem apenas com vista a uma salvação divina; vejo pessoas que praticam o bem porque gostam de fazer o bem, de forma desinteressada. São pessoas que têm amor para dar. Vejo pessoas indiferentes ao bem e ao mal. São hipócritas. Demasiadamente cobardes para fazerem o mal, no entanto, negligenciam todo o bem que poderiam fazer. Por último, vejo pessoas que só sabem praticar o mal. Pessoas onde o amor não tem lugar. Pessoas que vivem e saboreiam cada sofrimento alheio, regozijando-se com a infelicidade que atormenta os que as rodeiam.
Eu sempre procurei fazer o bem. Tento dar um pouquinho de mim a todos que me solicitam uma palavra e um conforto. Não custa nada. No fundo, ficamos todos a ganhar. Há uma contrapartida em alegria e em generosidade que é impossível de quantificar.
Lembro-me de um dia, há quatro anos, em que ao regressar a casa, da parte da tarde, vi uma senhora a chorar. Estava sentada no passeio com uma fotografia nas mãos. Era uma senhora de idade, mais tarde soube que tinha sessenta e nove anos. Tinha acabado de chegar do cemitério. O seu marido falecera. Aproximei-me dela e perguntei-lhe o motivo de estar tão triste. Contou-me tudo. Não tinha filhos, logo não tinha netos nem nenhuma descendência directa. Restava-lhe uma irmã, no Norte, que ainda era mais velha. Chorou abraçada a mim. Dei-lhe o meu número de telemóvel, caso precisasse de alguma coisa. Nunca mais a vi. Ligou-me uma ou duas vezes para falarmos, uma das quais estava em aulas, o que me levou a perder uma aula deliciosa de Economia. Pouco me importei. Como disse o Camões, outros valores mais altos se «alevantam». Hoje em dia, sei que está num lar da terceira idade. Disse-me que, provavelmente, iria de livre vontade para uma instituição. Não suportava a solidão. Aprendi muito com ela e ficava muito feliz, uma vez que sabia que o meu amor era uma fonte de esperança e força. Sentia que ela ficava melhor.
Num mundo em que o sexo, o álcool, o materialismo e tudo o que o excessivo está em voga, eu prezo muito por escapar a essa tendência. Existem coisas muito mais importantes para fazer. Talvez por nunca me ter faltado nada, não olho de lado para quem nada tem. As pessoas não são o que têm de material; são aquilo que guardam em si.
Amar. Amar todos e amar ainda mais alguém. Há sempre um pedacinho para dar a quem pede. Haja vontade e amor dentro de nós.

21 de julho de 2010

Não deixes que o tempo te leve...



O tempo é um dos melhores conselheiros que podemos ter. É a solução desejada, ansiada em momentos que parecem uma eternidade de dor e sofrimento. Mas, o tempo pode adquirir uma outra faceta, quando apelamos para que alguém deixe de fazer parte dos nossos planos. É assim em relação a ti.
O tempo está a afastar-te gradualmente de mim. Surge como uma borracha que apaga tudo aquilo que ainda guardo no meu ser. Desfaz, em pequenos grãos de memória sadia, todos os momentos que vivemos: os felizes, os menos felizes, aqueles em que parecia a verdade absoluta e aqueles em que os nossos lados mais sórdidos mostraram o seu rosto à luz da plena clarividência. O tempo, esse amigo de infortúnio, cria barreiras físicas entre as pessoas, materializando o que parece impossível de tornar real.
O tempo está a levar-te para sempre. Temo que te leve para um lugar em que permaneças totalmente inacessível. O meu único receio é tentar encontrar alguma lembrança mas não conseguir fazê-lo. O meu medo, no fundo, é não te conhecer mais, transformando-te, embora inconscientemente, em alguém desconhecido, estranho e distante. Temo perder-te para sempre. A pior perda, no entanto, não é a palpável, quantificável, como um objecto que manuseamos à nossa vontade; a pior perda é aquela que se efectua na nossa mente, esconderijo dos sentimentos mais profundos, subterrâneo da nossa alma e das nossas vontades inconfessáveis. É a perda real, metafísica e absoluta.
Não quero que isso aconteça, porém, reconheço que se trata de algo que escapa ao domínio do nosso arbítrio. O tempo, guardião selectivo, encarrega-se de mudar, ou não, o que para nós parece seguro. Escapa ao nosso domínio e é incontrolável.
Não deixes que o tempo te leve de mim. Não te esvaneças como pedaços do nada que aparecem e desaparecem. Não destruas a memória da minha memória que guardo em mim. Tenta manter-te no lugar de sempre, naquele que reconheço como teu. É o teu lugar, embora anseie por mais. Fica por aí e não saias, porque aquilo que o tempo leva, não traz nunca mais.

20 de julho de 2010

Ventos de Mudança



Até pode ser um falso alarme, mas tudo indica que um novo ciclo está a começar na minha vida. Porém, temo ser precipitado e falar antes de tempo.
A mãe e o seu marido andam numa fase menos boa. Discutem, de forma discreta, mas eu noto perfeitamente que o clima não é o mesmo que se vivia há uns anos atrás. A mãe gostava muito dele e tudo fazia para que eu também o respeitasse, essencialmente. Mas a verdade é que eu nunca gostei dele e nunca me esforcei para disfarçá-lo. Existia um clima de alguma tensão, mas era suportável.
Há algumas semanas tudo piorou. A mãe e o marido afastaram-se gradualmente e eu apercebi-me de que algo estava mal. Ontem foi a gota d'água. Cheguei a casa, uma vez que estive toda a tarde em Sesimbra com uns amigos e as primas, e ouvi-os a discutir. Nunca tinha ouvido a mãe a alterar o seu tom de voz. É sempre tão educada, resolvendo todas as questões pendentes com uma diplomacia invejável. Fui para o meu quarto e, apesar de saber que é horrível fazê-lo, não consegui evitar um impulso para ouvir a discussão. Escutei, assumo, e foi a primeira vez na vida que o fiz. Falaram de tudo. E ele disse claramente à mãe que eu não gostava dele e que ele sabia-o. E a mãe respondeu-lhe: -"Muito bem, já nem eu gosto de você."
Disse-o de forma fria, completamente sem qualquer tipo de emoção. Ele saiu do escritório, pegou no comando do carro e abandonou a casa num ápice. Tive de esconder-me, não fosse aperceber-se  da minha presença, o que provocaria uma situação ainda mais constrangedora. Não consegui evitar um sorriso de alegria que, simultaneamente, surgiu no meu rosto. Quis dar uma gargalhada alta e audível, tamanha era a alegria que despontou na minha alma.
Não sei se acontecerá, mas sinto que aquela relação já acabou. Se acontecer, de facto, será um dos dias mais felizes da minha vida. Eu não gosto mesmo do homem. E tenho uma personalidade muito forte: nada do que ele faça poderá mudar o que eu sinto. Não queria propriamente que a mãe e o pai voltassem, até porque é bastante improvável, mas já ficava muito satisfeito se esta separação com este homem se concretizasse. Era um enorme alívio e seria um dos pormenores mais importantes para que a minha vida fosse inteiramente feliz (se é que na Terra podemos ser inteiramente felizes...).
Acreditem, ter um homem em casa que não nos diz nada não é fácil. Ele nunca se intrometeu directamente na minha vida, mas sei que não gostava muito da minha forma de ser... Intrometia-se nas minhas amizades, nos meus telefonemas... Um dia, vi-o com o meu diário na mão que, por um descuido, deixei aberto na sala de estar. Veio ter comigo para mo devolver, no entanto, aposto que leu algo sobre mim. No dia seguinte, fez uma piada muito sem graça sobre algo que não podia saber de outra forma que não tivesse sido pelo meu diário. Senti um calor forte na cara. Ele invadiu a minha privacidade e cometeu um crime, ao ler linhas da minha vida pessoal que em nada lhe dizem respeito. Todavia, nada lhe disse e contei à mãe. Ela desvalorizou e disse-me para ter mais cuidado. Teve razão. A culpa foi inteiramente minha. Contei também à mana, a Leninha, e sei que ela, que também não gosta dele, chamou-o à atenção. Que homem horrendo.
Pode ser que as minhas preces tenham chegado a um bom lugar. Pode ser que um novo vento de mudança traga aquilo que tanto anseio.

17 de julho de 2010

D. João VI e a Corte no Brasil - Fuga ou Saída Estratégica?



D. João VI, na altura Príncipe João, herdeiro do trono, tornou-se regente do Reino de Portugal após a constatação por parte dos médicos da Corte de que a sua mãe, a rainha D. Maria I, sofria de instabilidade mental irreversível. Decorria o ano de 1799. Desde 1792 que já assinava os despachos em nome da rainha, sua mãe. D. João não esperava ser rei e, apesar de ter sido educado como filho primogénito, não fosse acontecer algo ao seu irmão, presumível herdeiro (e aconteceu mesmo...), não estava especialmente preparado para assumir o cargo. O seu irmão, o Princípe da Beira, D. José, faleceu de varíola, doença terrível para a época, e um dos motivos que em muito contribuiu para a loucura da rainha, obrigando D. João a assumir as responsabilidades de uma governação futura.
O início do século XIX ficou marcado pela instabilidade política na Europa. Naquela época, Napoleão Bonaparte, Imperador da França, ameaçava toda e qualquer nação que não participasse na sua luta obstinada contra a Inglaterra. Portugal, então aliado da Inglaterra (desde o século XIV, no reinado de D. João I), recusou-se a aderir ao Bloqueio Continental imposto por Napoleão ao seu país amigo. Esta atitude provocou um ultimato de Napoleão - ou Portugal cumpria ou era invadido.
Temendo ser aprisionado pelas tropas francesas, o Príncipe Regente, D. João, resolveu transferir a Corte Portuguesa para a colónia mais próspera e desenvolvida de Portugal, o Brasil. A sede do Império Português era, na altura, Lisboa. Vivíamos no tempo do Absolutismo, ou seja, o Rei e o Poder confundiam-se e onde estava um, necessariamente estava o outro. Se bem que não tenham sido tomadas quaisquer diligências para mudar a sede do Império, o Brasil foi elevado a Reino (Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves), em 1815, o que tornou, virtualmente, Portugal uma colónia da sua colónia.
Durante muitos anos, esta atitude de D. João VI foi encarada como uma «fuga», um acto de cobardia para com o seu povo, uma vez que o seu dever era estar em Portugal, defendendo e morrendo pela Pátria. Mais recentemente, a saída da Corte para o Brasil é entendida como uma «saída estratégica», uma vez que, ao evitar o aprisionamento pelas tropas francesas, D. João continuou a governar como se estivesse em Portugal, devido à transferência da Corte. A cereja em cima do bolo foi a elevação do Brasil a Reino. Tínhamos um rei, um Reino e, teoricamente, a soberania portuguesa estava assegurada. Golpe de mestre.
Eu, apaixonado por História e aspirante, quem sabe numa segunda licenciatura, a historiador, corroboro com a primeira tese. De facto, D. João fugiu para o Brasil. Não foi um acto tão calculado, se bem que essa hipótese remontasse ao reinado de D. João IV (uma saída para o Brasil). O Príncipe Regente temeu pela sua vida e fugiu, deixando os portugueses a uma leva de três invasões destrutivas que arrasaram o país e, mais tarde, a um conselho de Regência desastroso, colocando o Reino sob o controlo da Inglaterra pelas mãos do General Beresford. No Brasil, o rei, conhecido pela sua vida matrimonial agitada e pelo seu hábito de colocar coxinhas de galinha nos bolsos (para comer mais tarde), viveu anos tranquilos, enquanto Portugal amargurava perante um período tão difícil. Uma atitude bem diferente daquela que se viveu em Inglaterra, aquando da II Guerra Mundial. O monarca inglês, Jorge VI, resistiu aos bombardeamentos alemães a Londres de forma heróica, assim como toda a família real, não abandonando o seu povo. Daí vem todo o carinho - merecido, diga-se - de que a família real inglesa usufrui.
Por cá, tivemos um rei diferente. Daqueles que fogem à mínima dificuldade, pensando em si e na defesa da sua vida. Um homem menor que não fazia ideia alguma do que é reinar, do respeito aos súbditos e na honra que é morrer pela Pátria, ao lado do seu povo. Porém, algo surge em defesa da sua memória. Estava no seu ADN, afinal, a cobardia é uma característica que tem acompanhado a elite política portuguesa até aos dias de hoje.

16 de julho de 2010

I Could Be Your Boyfriend



Transpareces felicidade, mas tudo não passa de mais uma fachada. No fundo, todos somos substituíveis até um certo dia. Acaba sempre por chegar uma altura em que a vontade de estarmos perto daquela pessoa regressa. Ninguém nos dá tanta felicidade, ninguém nos acaricia da mesma forma. Tudo é diferente.
Eu podia ser o teu namorado. Esse namorado que te adoraria, te idolatraria à medida em que o tempo passava. Com toda a certeza, serias mais feliz do que agora, com essa coisinha desclassificada que te acompanha para todo o lado. Não consigo compreender o que passou pela tua cabeça ao namorares uma pessoa assim, sem sal, sem sabor, sem criatividade ou imaginação.
Ainda vejo como olhas para mim. Ainda sinto o calor do teu olhar que me desnuda a cada momento em que nos cruzamos. O desejo é visível. Sinto-o quando mordo o meu lábio à tua passagem, quando sinto o desejo a crescer em ti. Sabes que mais, fazem um péssimo retrato. Parece uma cena de terror, mas daqueles filmes de baixo orçamento, em que a actriz principal foi substituída por uma figurante que cobra um baixo cachet. Todavia, não sei se mereces muito melhor. No fundo, no fundo, «sou muita areia para o teu camiãozinho». Esse travo a mediocridade que sempre te acompanhou causou-me sentimentos contraditórios: por um lado, atraía-me; pelo outro, repugnava-me. Creio que o desafio de te moldar um pouco mais a mim é uma das principais respostas às minhas não menores dúvidas.
No entanto, I could be your boyfriend. Aquele namorado meloso que divide as pipocas contigo, que te dá a mãozinha quando atravessa a estrada, que te dá carinho que nem uma mãezinha dedicada e que compra chupa-chupas fantásticos na Hussel para saborear contigo. Aquele namorado apaixonado, pateta e fútil, que gosta de futebol (se possível do teu clube...) e que sente o fumo do teu cigarro como se fosse o Chanel nº 5 da mãe. E não é que conseguia fazer isso tudo? Darling, eu imprimo classe em todas as minhas acções e em tudo aquilo a que me dedico. Tornava a coisinha numa coisa passada e esquecível como todas as lembranças desagradáveis.
Até mereces melhor do que tens.
E eu mereço bem melhor do que tu.

15 de julho de 2010

Braços Abertos



Continuo a pensar em ti. A correr para ti durante os meus sonhos. Amanso os meus medos e adormeço calmamente com a tua imagem na minha cabeça. A tempestade acalma e a serenidade volta a alguém que pensa muito, mais do que devia. Durante esses momentos, ocupo o meu espírito de ti, de tudo o que podia acontecer mas que, por um golpe do destino ou das nossas vontades, simplesmente não passa de sonhos.
Por vezes, imagino-me num campo aberto, verde, com uma luz clara e transparente, quase fumo invisível. Nessas imagens, que surgem como slides fotográficos, corro para ti de braços abertos. Abraço-te numa ansiedade incontrolável, com uma fúria instintiva. E ali estás tu, ao longe, esperando por mim com os teus braços abertos e com um sorriso nos lábios. Quando te abraço, por fim, sinto um entorpecer dos membros, um formigueiro que sobe pelo meu corpo à medida que me ergues suavemente do chão. Há quem lhe chame alegria, eu chamo-lhe amor. Acaricio o teu cabelo, beijo-te os lábios, mas não de forma calma. Beijo-te com sofreguidão, com o medo de te voltar a perder. Envolvo-me em ti, preenchendo cada parte do meu corpo com uma parte do teu corpo. Consigo sentir os teus braços a envolverem-me a ti. A tua respiração ofegante, o cheiro da tua pele. Quando acalmamos as nossas emoções, vejo um brilho no teu olhar. São lágrimas que não chegaram a cair, no entanto, embeberam a tua alma em alegria.
Continuo assim, incessantemente, a correr para ti de braços abertos. Em sonhos, acordado, a vontade vive em mim com cores vivas, palpáveis e reais. Quero-te hoje como ontem. Amanhã como hoje. E eu continuarei assim, sereno e esperando por ti, pronto para correr de braços abertos.

14 de julho de 2010

Marilyn Monroe



Marilyn Monroe é uma das personagens reais que mais me fascina. Nutro por ela uma verdadeira admiração, não só pela sua beleza, mas também pelo percurso meteórico que foi a sua vida. Marilyn tinha atributos que encantavam homens e mulheres de todo o mundo. Os homens admiravam a sua beleza, um misto de inocência e atrevimento sedutor. As suas medidas, consideradas ideais, tornaram-na no maior sex-symbol do século XX. As mulheres, por seu lado, invejavam Marilyn. Desejavam ser como ela, provocando reacções idênticas nos seus maridos o que, como é natural, não conseguiam. Marilyn, no meu entender, sofreu bastante desde a sua infância. Filha de pai incógnito, Marilyn procurou em cada homem com o qual se relacionou um amigo, um irmão mais velho e, sobretudo, um pai que não teve na devida idade. Todos estes factores conduziram-na a uma vida pessoal atribulada, cujo caso mais mediático terá sido o pequeno affair com o presidente norte-americano John Fitzgerald Kennedy. Os seus verdadeiros talentos, como actriz ou cantora, foram facilmente eclipsados pelo poder majestoso da sua imagem, rendendo-lhe várias críticas de «fútil» ou «sem talento».
Como todos os mitos, a morte de Marilyn não foi menos discreta. Encontrada morta na sua casa da Califórnia, várias teorias surgiram relativamente a este desaparecimento precoce. Desde a tese de suicídio, acidental ou não, à tese de homicídio, muitas foram as vozes que se ergueram para apontar uma versão. A verdade é que Marilyn faleceu, com trinta e seis anos, no auge da sua carreira, tornando-se num dos maiores mitos da Humanidade. Inspirou mulheres de todo o mundo, incluindo Madonna, Gwen Stefani, Mariah Carey, Lady Gaga, entre outras; lançou a moda do cabelo louro platinado e dos lábios vermelhos e carnudos, para além das medidas ideais e, por último, criou (ou imputaram-lhe...) a imagem da mulher fácil, fútil, sem grandes preocupações intelectuais, mas bela, muito bela.
Pessoalmente, Marilyn tem inspirado a minha vida, assim como muitas outras pessoas. Adoptei alguma da sua postura, que considero mais do que brilhante e surpreendente: é a verdadeira elegância. E o glamour é o deslumbre, o brilho e a plenitude. Escapa e foge ao banal e ao que é comum a todos.
Dos banais, propositadamente trocado por fracos, não reza a História.

13 de julho de 2010

Always be my baby



You always be a part of me
I'm a part of you indefinitely
Boy don't you know you can't escape me
Ooh darling 'cause you'll always be my baby



Yes, I know you'll be the one I want...


Always Be My Baby - Daydream (Mariah Carey)

12 de julho de 2010

Memórias...





Dei por mim a vasculhar as gavetas à procura de um pouco de mim. Tive uma necessidade selvagem de encontrar o meu eu de há uns anos. Encontrei os álbuns que tanto desejava. Álbuns que retratam períodos maravilhosos da minha vida, períodos esses que julgo perdidos para sempre. Chorei. As lágrimas desceram impiedosamente pela minha face à medida que observava as fotografias do pai e da mãe, juntos e felizes, ignorando o que viria a suceder alguns anos depois. As nossas férias, felizes e eternas, perduram agora, como sonhos desfeitos, em montes de fotografias mentirosas. Sem sombra de dúvida, fui mais feliz nessas alturas do que sou hoje. O sol não brilha como brilhava, o vento não tem o mesmo toque suave e os meus olhos não guardam a mesma inocência.
Encontrei-o. Num misto de sentimentos contraditórios, encontrei aquele álbum que tanto quis evitar. As nossas férias de Verão. Aquelas em que fomos, todos, para a casa da avó. Foram, decididamente, as melhores férias que tive. As fotos atestam os nossos sorrisos, o que sabíamos e que gostávamos que pertencesse apenas aos dois. Ainda sinto os beijos que demos, no meu quarto, enquanto eles falavam na sala. Ainda sinto o teu desejo, forte e real, quando encostavas o teu corpo ao meu dentro da água do mar. Ainda me recordo do teu cabelo, louro e molhado, quando repousavas ao sol, descansando sob a luz de um sol intenso e quente. Foram dias que pareceram séculos, tamanha era a vontade de perdurá-los no tempo.
Chorei mais um pouco. A mãe encontrou-me, sentado no chão, com a cara molhada das lágrimas intensas que escorriam pelo meu rosto. Ficou assustada. Abraçou-me e levou-me até ao banheiro, onde passou água fria pela minha cara. Senti-me um pouco melhor. Interrogado, escondi-lhe os verdadeiros motivos, contando-lhe apenas que se tratava de um momento de nostalgia. Mentira. No fundo, queria de volta esses momentos que vivi. Quisesse Deus que pudéssemos parar a passagem do tempo!...
Deitei-me sobre a cama e observei os quentes raios solares de final de tarde. Abracei o ursinho de pelúcia, gigante de cor creme, de forma a encontrar um conforto que não fala, não protesta, mas ouve. Passaram mil e uma coisas pela minha cabeça. Não me candidatar a Direito e sim a um curso patético que odeio nas cidades de Coimbra, Porto, Aveiro, etc, fugindo de todos. Seria infeliz. Cortar o meu denso cabelo, talvez rapá-lo, o maior atrevimento de sempre. Seria infeliz e desperdiçaria um cabelo fantástico, volumoso e elogiado que, desde ontem, uso novamente à emo, mesmo sem o ser. Dizer palavrões, comer com as mãos, apalpar uma amiga nos seus maravilhosos seios e, quem sabe, termos aquilo. Seria infeliz e ela, de certeza, também. Comer montes de carne, gordurosa e maléfica. Seria infeliz, engordaria imenso e deitava anos de dedicação quase total ao ovolactovegetarianismo.
Passados alguns minutos, apercebi-me de que tudo está bem assim como está. Precisa de uns retoques aqui e ali. Nada que não tenha solução. Pensei em quem enfrenta graves e sérios problemas. Apercebi-me. És feliz.
Corri, solto e leve pela casa, de sorriso nos lábios, chamando pela mãe.

11 de julho de 2010

Noite Pálida



Gosto de observar a noite, mesmo que taciturna e misteriosa. A noite tem um encanto diferente do dia. Tem uma magia especial, um encanto que a torna apetecível e totalmente irresistível. À noite, encontramos meandros de tristeza ou alegria. Tida como das maiores amigas do ser humano, a noite disfarça o que de pior existe em nós. Escurece o olhar, o espelho da alma que nos revela os sentimentos mais belos, mas, porventura, também os mais sórdidos. Mística e especial, a noite tem inspirado vários autores à criação de belas obras artísticas. É uma das fontes de inspiração primária, aquela que a tudo conduz e que a tudo atribui um significado. Para mim, a noite é uma aliada de desejos, pensamentos e sonhos que manobram a minha mente num misto de aventura e paixão. O seu silêncio, a luz do luar e aquele gato preto que atravessa a estrada são as únicas testemunhas de uma vida que se processa bem mais acima. Há sempre um coração que bate, latejando por mais. Gosto de sentir a escuridão de cada rua, a luz dos candeeiros da estrada a enfeitar a minha pele alva e o vento, soturno, a fazer balançar o meu denso cabelo negro. Contrariamente ao desejado, não vivi esses momentos da forma que gostaria, nem com a frequência que desejava. A noite, para mim, deve ser como eu quero. Simples e complexa; trágica e feliz; fatalista e não destinada. Oxímoro da alma, momentos do presente e prazer profundo e apaziguador. É a vida que se desvenda num minuto, a alma que rompe as cordas do seu cárcere.
A noite, pálida no seu esplendor. Fatal, na sua sabedoria. Apaixonante, na sua inquietude.

10 de julho de 2010

Praia das Maçãs



Lembro-me de quando viajava até à Praia das Maçãs, num tempo que guardo com carinho. Era tão pequeno ainda, mas recordo-me das estradas circundantes que nos conduziam até lá. Do verde das árvores, do cheiro a mar e da linha do eléctrico que estava desactivada. Talvez o meu fascínio pelos eléctricos venha daí. Lembro-me de olhar para os carris, velhos e enferrujados, consumidos pelo matagal que os envolvia num abraço fatal. Os postes eléctricos, velhos e usados, erguiam-se moribundos nas beiras das estradas, com fios de electricidade, provavelmente desactivados, que pendiam sobre si.
Gostava de ir até à Praia das Maçãs. A senhora do colégio colocava-me o chapéu na cabeça, de forma a proteger-me do sol, e eu brincava, solto e leve, como um peixe que nada no mar. Por vezes, íamos até às piscinas. Existiam duas ou três, uma para os adultos e outra para as crianças. Tinha uma ligeira predilecção pela piscina dos adultos, talvez por estar mais perto dos adultos e das crianças com mais idade do que eu. Eram dias de tanta felicidade... Depois, da parte da tarde, fazíamos um piquenique num jardim público em Sintra. Ainda sinto o cheiro das árvores, do verde brilhante da Natureza. Ainda sinto os trilhos que percorria com os coleguinhas do colégio. O campo onde os meninos brincavam. As meninas, essas, não, preferiam ficar a dançar ou a brincar com bonecas. Eu sentia-me à parte deles. Não era como os meninos, no fundo, e apesar de ser muito pequenino, sabia-o. Não tinha a sua virilidade, a sua agressividade e não procurava impressionar as meninas. No entanto, também não brincava muito com as meninas. Ainda ouço a sua voz...
"Oh Helena, o que é que o menino tem? É tão diferente. Não se dá com os meninos e fica a apanhar umas pinhas e umas flores. O que se passa com esta criança?"
No fundo, elas não sabiam que eu as escutava. E não imaginavam de que eu lembrar-me-ia destas palavras tantos anos depois. Mas era tão feliz, assim, único. Tinha inveja da Ana Cristina porque o Rui gostava dela... Que inocência e perspicácia, mesmo com cinco anos. Por vezes, colocava algumas flores na minha mochila para dar à mãe, quando chegasse a casa.
Ainda fui, todos os Verões, à Praia das Maçãs, nas férias do colégio. Depois, como num passe de magia, deixei de ir. Voltei, contigo, há uns anos atrás. Pedi e levaste-me até lá. O sonho e o passado misturaram-se com o presente feliz e ideal. Foram os melhores dias da minha vida. Foste mais do que um herói; trouxeste-me a minha infância de volta. O eléctrico já funcionava, o ambiente era outro, mas nada estragou aquele quadro imaculado que estava lá atrás. Por tantos e tantos motivos, ainda acredito em ti, na pessoa que és. Tiveste esse dom de me tornar novamente na criança que fui. E se a minha infância foi feliz...
São momentos como estes que vivi que me fazem recordar de tudo com imensa saudade. Afinal, quando fui contigo, também já é passado. Mas as imagens, essas, ficam para sempre.
Um lugar especial, um pouco de mim, um pouco de nós, ficou escrito na Praia das Maçãs.

9 de julho de 2010

Notas (Exames Nacionais)



Dia 8, o dia ansiado e esperado. O dia em que, finalmente, saíram os resultados dos exames nacionais. Na altura dos exames disse que não iria falar sobre os mesmos até ter conhecimento das notas. Pois bem, agora já sei quais foram. Por uma questão de reserva pessoal, não vou divulgar as notas que obtive nos exames de Português e História. Porém, tenciono fazer algumas breves observações sobre os meus resultados em ambos os exames. Eram acessíveis, os dois. Como é evidente, o exame de História carecia de mais estudo e de um maior aprofundamento. Os exames correram-me bem, de um modo geral, com pequenas dificuldades pontuais. No entanto, não saiu nenhuma matéria difícil ou, até certo ponto, inacessível. A Português, fiquei satisfeito com a minha nota. Foi o que esperava. É uma nota bastante boa, acreditando ser o essencial para o que necessito. A História, obtive uma nota boa, é certo, mas confesso que esperava mais um pouco. Não muito mais, apenas mais um valor ou dois. De um modo geral, o balanço é francamente positivo. Estou satisfeito com os resultados que retirei pelo meu trabalho e pelo meu estudo.
Estou convicto de que tirei as notas necessárias para o curso superior que pretendo frequentar. Por isso mesmo, estou calmo e tranquilo. Foi, sem dúvida alguma, um dia muito gratificante. Para a semana, começa a 1ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Uma nova etapa, ainda dentro desta fase decisiva na minha vida. É a parte que menos depende de mim. Agora, os dados estão lançados. Eu e todos os estudantes pré-universitários do país estamos na mão do futuro. Colheremos aquilo que semeámos, para o bem e para o mal.
A vida é mesmo assim.

8 de julho de 2010

Gelado de Tarde



Hoje fui lanchar com as primas e a avó. Por vezes, temos o hábito de ir lanchar a uma pastelaria fantástica que fica perto da casa da avó. No entanto, e devido ao facto de ter estado encerrada, optámos por uma outra pastelaria, igualmente boa, mas mais distante. A anterior pastelaria reabriu, com uma nova gerência, mas mantendo quase tudo da mesma forma em que estava. Ao anterior proprietário, sucedeu uma senhora simpática que dirige a pastelaria com os seus dois filhos, mais concretamente uma filha e um filho.
Ao entrar, reparei que o filho da senhora olhou instantaneamente para mim. Sentámo-nos numa mesa e passado pouco tempo o senhor veio ao nosso encontro perguntando, de forma simpática, o que desejávamos. É um homem na casa dos trinta e alguns anos, mais maduro, de olhos verdes, magro, não muito alto e extremamente educado. Fiquei ligeiramente encantado com a sua postura discreta.
Pedimos um chá, scones e umas torradas integrais. Como reparei que a casa tinha daqueles gelados de cone em que podemos escolher os sabores, pedi também um gelado. Como era de esperar, convidou-me a acompanhá-lo, de forma a servir-me o gelado. Ao levantar-me, cedeu-me a passagem, atitude que muito me agradou, uma vez que revelou educação, cavalheirismo e respeito. Fomos, então, para uma zona mais reservada da pastelaria, onde se encontram os gelados. Durante os curtos passos, sorriu para mim e perguntou-me se vivia naquela zona.
-"Não, estou a acompanhar a avó e as primas no lanche. A avó, sim, vive aqui." - respondi-lhe.
A montra continha imensos sabores, desde morango a baunilha, passando por chocolate e outros. Perguntou-me que sabores desejava.
-"Melão. Não sei se terá sabor de melão?..." - disse-lhe, revelando algum receio.
-"Claro que temos. E para o menino, mesmo que não houvesse, arranjava-se..." - respondeu-me.
Não consegui evitar uma risada, subtil e controlada, no entanto, uma risada. Fiquei um pouco constrangido, mas adorei a sua atitude. Revelou, de forma directa, uma tentativa de estabelecer um laço qualquer comigo, porém, fê-lo de forma inteligente e bem-humorada. Entregou-me o gelado e agradeci-lhe a atenção para comigo. Ao regressar à mesa, a avó e as primas estavam a começar a beber o chá e a comer as suas torradas.
Durante todo o tempo em que estivemos na pastelaria, o homem não retirou o olhar sobre mim. Sorria, de forma discreta, embora visível.  Pareceu-me ser uma boa pessoa, simples, educada, reservada e calma. A idade não é, de forma alguma, um constrangimento, até porque colocava muitos rapazes de vinte a um canto. Tinha imenso charme e experiência, ao contrário da imaturidade que existe por aí. Para imaturo basto eu. Nunca me tinha acontecido algo semelhante, ou seja, já fui alvo de olhares e interpelações por parte de pessoas mais velhas, mas nunca nenhuma me suscitou tanta curiosidade e interesse. Até a Pati reparou no «empregado giraço, 'tá a ver?» (palavras da própria).
Ao sairmos, dei por mim a imaginar quantas e quantos tentarão a sorte com aquele empregado... De forma objectiva, descarada, fácil e até mesmo suja. A promiscuidade reina por aí. Espero que ele, que me pareceu escapar a essa tendência, não seja absorvido por uma força maior...

6 de julho de 2010

Regras de Conduta



Há algo que considero importantíssimo existir em qualquer pessoa, seja ela qual for e venha de onde vier. São as regras de conduta ou de boa educação. No entanto, é essencial fazer uma pequena distinção entre educação e conduta. Suponhamos: uma pessoa pode ser educada, embora não saiba como comportar-se à mesa, é um exemplo; podemos conhecer alguém com excelentes regras de conduta, porém, é extremamente mal-educada e agressiva. São, até certo ponto, indissociáveis, mas eu conheço pessoas que vivem com apenas um destes requisitos. Não irei falar muito a respeito da educação porque, no meu ponto de vista, ou se aprendeu na devida idade, ou nada feito. Quando falo em educação, refiro-me ao cavalheirismo, ao respeito pelos mais velhos, à cortesia social, ao respeito pelos pais, professores e demais pessoas, etc. Em relação às regras de conduta, aí sim, há sempre algo a fazer, mesmo que as pessoas não as tenham adquirido na infância. As regras de conduta são fáceis de definir. São as regras que devemos adoptar em todas as circunstâncias. Exemplos: como estar correctamente à mesa, a postura correcta, o tom de voz, a roupa, como estar numa sala com visitas, como receber as visitas, etc, etc, etc. São imensas. Bom, por algum lado começarei. Vou iniciar, por isso, um capítulo dedicado às boas normas de conduta. Aos poucos, publicarei regras que considero essenciais em qualquer situação. Hoje, falarei sobre o comportamento adequado na hora da refeição.

Comportamento à mesa

É do mais importante que pode existir. Uma pessoa é facilmente identificada pela forma que utiliza os talheres, o tom de voz que usa durante as refeições, a postura na cadeira, a forma que utiliza para servir os alimentos no prato... Qualquer erro cometido pode significar uma situação constrangedora que todos queremos evitar.
Comecemos com os talheres. Como se sabe, existem imensos talheres, cada qual com a sua utilidade própria. Os talheres de peixe, de carne, de sobremesa, de sopa, etc. Geralmente, estão distribuídos conforme o primeiro prato a ser servido. Habitualmente, é a sopa. Em algumas casas, existem dois pratos principais: o de carne e o de peixe. Os talheres devem ser convenientemente utilizados. A forma em que estão distribuídos também é importante. Nunca, por nunca, começar de dentro para fora. O sentido é sempre o inverso. É uma excelente dica para quem não sabe. A boca nunca se aproxima do talher, mas sim o talher se aproxima da boca. Nunca introduzir o talher por completo na boca, mas sim o essencial para comer. Ah, como é evidente, não colocar muito alimento no garfo ou na colher; só pequenas quantidades de cada vez.
No prato, devem colocar-se poucos alimentos de cada, de forma a não encher o mesmo. Um pouco de tudo, conforme o gosto pessoal. Nunca sujar as áreas circundantes do prato. Os alimentos deverão ficar comodamente no centro. Em relação ao típico guardanapo: eu não aconselho a utilização daquelas coisas horrendas de papel. Não é agradável e bonito. A utilização dos guardanapos de pano é aconselhável. O mesmo deverá colocar-se sobre o colo, de forma correcta. O acto de limpar a boca deve ser discreto e simples. Os copos são, de forma habitual, dois, podendo existir três. O copo maior é para a água ou sumo; o copo menor destina-se aos vinhos. O terceiro copo, a existir, é para o espumante ou champagne, e é facilmente identificável.
A postura a adoptar é muito simples. Costas direitas, sempre. Pernas direitas e não esticadas, o que é um horror. Na cadeira, não devemos ocupar o espaço todo com a parte traseira. Sentar confortavelmente, mas não ocupar o espaço todo, salvo problemas de saúde ou físicos, claro.
Quando queremos algo que não está perto de nós, deveremos pedir educadamente à pessoa que está perto do mesmo que nos passe, sempre agradecendo o gesto de cortesia com um «obrigado/a».
A forma de sentar na mesa também é importante. À cabeceira da mesma, fica o/a chefe de família, ou a pessoa mais importante. Seguir-se-ão, pela ordem devida, o cônjuge e os filhos, do mais velho ao mais novo. Em caso de visitas, as mesmas sentar-se-ão mais ao fundo. No caso de familiares, por exemplo, um avô, avó ou familiares de idade, os mesmos ficarão perto da cabeceira.
Para terminar, a decoração da mesa depende de cada um. Mais vistosa, mais simples. É ao gosto. Eu aconselho um centro de mesa bonito, discreto e chique. O ornamento deverá respeitar as cores que se destacam na mesa. O uso de velas decorativas está indicado no caso de jantares mais românticos, mas por favor, sem perfume, que é horrível.
O comportamento à mesa deverá ser o adequado. É proibido gesticular com os talheres; falar alto ou sobre conversas desagradáveis; nem vou tocar naqueles barulhos que algumas pessoas fazem, porque nem me atrevo a comentar; não tocar desnecessariamente nos pratos; não colocar os cotovelos na mesa; em caso de deixar cair algum talher, não apanhar do chão, etc.
Muito mais haveria a dizer, o que é incompatível num post e sem demonstração prática. Não obstante, creio que abordei o principal. Se seguirem isto, será um êxito. É mesmo, mesmo, mesmo, o essencial. São requisitos básicos. Mais algum pormenor, deixo ao vosso bom senso e rigor. ;)

5 de julho de 2010

A Teu Lado



Não posso ignorar o que aprendi contigo. Não considero um tempo perdido, absurdo e prescindível. Não foste isso para mim. Apesar de tudo, agradeço cada momento que vivi, cada sonho que criei, cada passo que dei a teu lado. Fez-me ver o mundo pelos teus olhos, vivendo uma realidade que construíste para nós, pensando no nosso futuro e em tudo aquilo que poderíamos viver. A teu lado, vi o sentimento mais sincero que existe. Fui feliz, como nas manhãs de sol quente que pendiam sobre nós, aquecendo e inflamando os nossos corações; nas noites frescas de Verão, em que abraçavas o meu sonho e desfiavas os novelos que a minha alma tecia sobre ti; e nos dias de chuva, em que secavas as minhas lágrimas com o teu dedo suave que beijava suavemente com a minha boca. A teu lado vi o céu e a terra, o mundo e o horizonte que perdia com o meu olhar. Deixava-me embalar contigo. Perseguia os mesmos trilhos que seguias, sem hesitar por um só segundo. O que vivi ficou marcado a ferro na minha mente. É um livro que ficou, páginas que mantenho vivas na minha memória. Mais do que pequenos símbolos materiais, as memórias vivas são o que de melhor guardamos em nós. Um pouco de ti e um pouco de mim. Um pouco de nós que fez esse todo que sobrou. Vejo as cores e sinto cada sabor, único, dentro de mim. O passado e o presente chegam a assumir papéis semelhantes que confundem as suas identidades. Antes seja assim.
A teu lado vi um outro mundo. Recriei-me a ti, ao que sentia. Tudo isso devo-o a ti. Uma certeza ficou: nunca fui tão feliz, quanto o fui, a teu lado.

3 de julho de 2010

O Nosso Jardim



Hoje voltei a passar pelo nosso jardim. Há muito que não ia para aqueles lados. No entanto, sempre que passo por lá, recordo-me de quando me levavas até àquele cantinho mágico, apesar de nos cruzarmos com outras pessoas. A nossa árvore continua lá, sobre o mesmo banco castanho, desgastado pela fúria do tempo que o deixou sem brilho e vitalidade. A pequena rua que circunda as filas de árvores altas e estreitas mantém o seu ar de profundidade e infinito. Lembro-me de que o tempo parecia não ter fim. Os momentos especiais adquiriam a sua transversalidade que lhes permitia contornar o real. Paradoxalmente, sabia sempre a pouco, deixando-me sedento por mais paz interior e sumo voraz da tua presença. A relva parece-me menos verde, de cor amarela e pouco densa. Recordo-me de quando a pisávamos suavemente, rindo e brincando, ignorando o que estava lá fora, no mundo que nunca nos pertenceu. A fonte, outrora cristalina e alva, repousa agora moribunda e agonizante, num estertor súbito que horrorificou o meu olhar. Já não tem pequenos peixes vermelhos e prateados, nadando em suaves círculos em torno do centro. Restam folhas mortas que flutuam na atmosfera cíclica de inquietude e incerteza. As flores fitaram-me com o seu olhar mortiço, sem a música e o cheiro de antes. Também elas contam os seus derradeiros dias. Passaram por mim velhos e novos, felizes e infelizes, homens e mulheres. Todos pareciam ignorar a história daquele jardim que, em tempos, fora belo. Invadiram-no, desprezando o que lá se viveu, os segredos daquelas árvores, a imponência das suas presenças que exigiam respeito. O céu continua azul.
Espera... o jardim continua como era. Os meus olhos, esses, é que mudaram. Para sempre.

2 de julho de 2010

O Filho do Senhor Drº (II)



Lembram-se do filho do srº Drº, o célebre Martim (aqui)? Bom, nem eu me recordava muito dele, não fosse a mãe ter recebido uma chamada do srº Drº na noite passada. A mãe, creio que já o disse aqui, sentiu-se um pouco encantada com o srº Drº, apesar dela insistir de que tudo não passou de uma falsa interpretação minha, para além do facto de ser casada com o fantástico e adorável marido, pessoa que, como devem entender, eu amo loucamente... Sim, eu não o considero padrasto, por dois motivos: primeiro, eu tenho pai, felizmente; segundo, não lhe atribuo a honra de dispor desse título sobre a minha pessoa.
O srº Drº, que a mim também não engana, andou um bom tempo interessado na mãe, mesmo sabendo que ela é casada. Os telefonemas, as flores enviadas para a empresa, o charme que lhe lançava, etc. A verdade é que tudo esmoreceu um pouco com o tempo, uma vez que a mãe se sente comprometida. Na verdade, a mãe não tem problema algum em casar outra vez. Ainda não o disse aqui no blogue, mas nunca é tarde... a mãe está casada pela terceira vez, sendo que o pai foi o seu segundo marido de jure (fora o Pedrinho, que é filho de um caso entre o primeiro marido e o pai...).
Ontem à noite, depois do jantar, o telemóvel da mãe tocou. Ela fez imensa cerimónia ao atender, mas eu notei logo algo de estranho na sua voz. O marido da mãe, aquele idiota, estava noutra divisão da casa. Depois de desligar, perguntei-lhe quem era, quando me responde que era o srº Drº a convidar-nos para um fim de semana na sua casa em Colares. Senti na sua voz que quer ir, porém, teme a reacção do marido. Que desculpa inventar? O que dizer? Por mim, tem todo o meu apoio. O srº Drº é um homem a sério: culto, educado, simpático e rico, sobretudo, rico. Mais do que o idiota. É verdade que a mãe não precisa, mas é sempre um excelente cartão de visita. Para além disso, é pai de 1, 90 m de simpatia e educação, o Martim, de quem eu não me importava nada de ser irmão por afinidade...
O tal fim de semana, extensível, segundo palavras do srº Drº, seria na próxima semana. Para mim, era o ideal. Que óptimo. No fundo, sei que a mãe também quer ir, afinal, o idiota não está à sua altura, muito menos à minha. É um ogre horroroso, periférico, que nem todo o ouro do mundo limpará as suas origens. Medo! No meio de tudo, conto com o apoio dos manos, que também não gostam do idiota. Aliás, ninguém gosta dele.
Espero que estes cinco anos com o idiota acabem. Tenho feito de tudo para arruinar aquele casamento. Mas, tenho a esperança de que o srº Drº dê o golpe de misericórdia, final e absoluto.

1 de julho de 2010

Estaremos Juntos



Sim, nós estaremos juntos. A esperança surge em mim como um sol que desponta no raiar da manhã límpida e fresca. Assim como éramos, seremos pelos tempos longínquos que nos seguirão. Vejo a eternidade como um segundo, radiante e maravilhosa diante do meu olhar de águia. Estás na composição dos meus planos, daquilo que quero para ser feliz. Para ter essa felicidade plena não chega o calor do teu olhar ou a doçura da recordação que ficou na minha boca; preciso de ti, desse abraço forte, quente e, ao mesmo tempo, tão acolhedor. Somos peças do mesmo puzzle. Incompletas o teu destino sem mim, seguindo um rumo perdido, sem norte, nem ponto de chegada. Vagueias por um horizonte de incerteza. No fundo, reconheces-me como o teu porto de abrigo, casa, chegada fortuita e fugaz.
Estaremos juntos, quando quiseres e descobrires a verdade que há muito já sei. Fomos feitos do mesmo material, uno e indivisível como a Lua e o seu brilho.
Quem estará ao teu lado quando precisares? Quem te beijará como gostas? Quem afagará o teu cabelo quando te sentes só?
Percorro o mesmo espaço à tua procura, olhando o espaço vazio em busca de um sinal de ti. Oh, amor, a vida poderia ser tão doce a teu lado. Sentes a minha dor? Não escondas a tua...
Quem estará comigo quando o sol acordar pela manhã sobranceira? Tu, em mim, sempre tu.
Mesmo que não estejas, estaremos sempre juntos.