29 de dezembro de 2009

2009 - Começo do Fim

Começou a contagem decrescente para o final deste ano. 2009 não foi um ano muito auspicioso, já desde o seu início. A tão afamada e aclamada (dá sempre jeito) crise internacional vinda de 2008 tornou este ano negativo. Os portugueses e os terrestres em geral viram o seu poder de compra diminuir e as despesas aumentarem. Ninguém escapou ao "mau carácter" de 2009 que, de uma forma ou de outra, acabou por afectar todos nós. Também foi um ano prolífero em mortes, sobretudo famosas. Desde Michael Jackson, Farrah Fawcett, Stephen Gately até a Brittany Murphy mais recentemente, muitos foram os famosos que partiram. Até meteorologicamente o ano não foi benéfico para Portugal e para muitos países do mundo. Nuns lugares seca, noutros chuvas torrenciais, nevões, tufões, um pouco de tudo... Já dizem as vozes mais futuristas que estamos nos finais dos tempos, na aproximação do célebre e bíblico Apocalipse. Sou totalmente insuspeito de partilhar ideologias religiosas e até mesmo bíblicas, mas também acredito que o Mundo não durará muito mais. E quando digo muito mais, não me refiro a anos ou décadas, mas sim a séculos. Na minha franca opinião, a Terra ruma ao fim, à destruição. Para chegar a tal conclusão basta analisarmos tudo o que se passa à nossa volta. O Homem é perito em destruir tudo ao seu redor, não se apercebendo porém que esse "redor" também o engloba e é essencial à sua existência. Quando quisermos respirar ar minimamente puro, não iremos respirar Dior; quando quisermos comer algo minimamente digno para sobrevivermos, não comeremos caviar; nem tão pouco quando quisermos vestir algo minimamente quente para nos aquecermos, não vestiremos peles exóticas de ursos e leopardos. 2009 já espelha essa realidade até agora longínqua... e eu nem sou pessimista. Há quem diga que é o começo do fim.
Eu subscrevo.

24 de dezembro de 2009

Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos - Feliz Natal

Que um médico conceituado da nossa praça diga que a homossexualidade é uma doença passível de ser curada não me espanta; é uma opinião infundada fruto da ignorância, da homofobia incrustada e do desrespeito pelas outras pessoas. O que me espanta verdadeiramente é que o Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos defenda as tomadas de posição de alguns médicos que acreditam que podem e devem "curar" a homossexualidade dos seus doentes, principalmente se estes lhes pedirem ajuda. No entanto, a posição oficial do Colégio é a de que a homossexualidade não é uma doença, admitindo sim curas pontuais, se solicitadas. Isto para além de totalmente irracional é reprovável a todos os sentidos. Mais, é ilegal. A homossexualidade não foi, não é e nem nunca será uma doença, porque efectivamente não o é. A homofobia sim, é uma doença de preconceito que pode conduzir à morte. A Associação Americana de Psiquiatria retirou o então "homossexualismo" da lista de doenças no início da década de 70, seguida da OMS duas décadas mais tarde. Neste contexto, repudio e lamento completamente todas estas tomadas de posição.
A todos os meus leitores um Feliz Natal!!!

22 de dezembro de 2009

Natal (II - Diogo e Soraia)

Hoje foi o tão ansiado dia de compras. De manhã, apressei-me a telefonar ao Diogo e à Soraia (a minha melhor amiga) a desafiá-los para um dia de compras comigo. Aceitaram. Combinámos às 16 horas em minha casa. E a essa hora lá estava o Diogo à porta. O porteiro anunciou-o e eu mandei subir. A Soraia é sempre mais atrasada, mas até já estou habituado. Chegou quarenta minutos depois. Fomos no carro do Diogo até ao El Corte Inglés para termos o nosso fantástico dia. Dos três, eu sou o pior. Descontrolo-me completamente no meio de tanta coisa boa. A Soraia queria ir ao piso 3 (moda jovem), eu queria ir à parte dos albúns de música e o Diogo assim meio à toa a pensar no que se tinha metido. Para não nos afastarmos, decidimos começar de "baixo para cima". Lá comprei os meus cd's (colectânea dos Queen, a edição De Luxe da Lady GaGa e o Emotions da Mariah Carey); depois fomos ao piso 3, onde a Soraia comprou montes de roupa (logo ela que não tem nada de vestir...). Experimentou, voltou a experimentar. Nós damos mesmo espectáculo: eu, por motivos óbvios, :) nunca passo despercebido, a Soraia é excêntrica e super aberta, o Diogo é mais calmo mas ria-se que nem um doido. Que trio. Eu, no meio de tanta azáfama, comprei uns jeans lindos e uma camisola às riscas que adorei. O Diogo convenceu-nos a ir ao piso 2 (moda homem), onde comprou um blazer daqueles bem tradicionais e glamorosos. A Soraia não parava de brincar com ele, chamando-o de «beto». Passámos por todos os pisos. Fomos ao 4 (moda criança e brinquedos) porque eu adoro peluches e quis comprar um para colocar na minha cama. Foi a minha vez de ser gozado. Lol. Ouvi tanto... mas consegui comprar um urso creme lindo e felpudo. Esse foi o presente do Diogo para mim. Ele sabe que não gosto que me ofereçam, ou seja, compro tudo para mim; e assim fez, pagando-me o peluche que queria. À Soraia deu-lhe um cd dos AC/DC (blharrrghh, mas ela gosta :P). Nós também lhe comprámos uma coisa cada um. Eu, uma camisa azul que, modéstia à parte, lhe fica muito bem; a Soraia deu-lhe outra camisa, também muito gira. Andámos a passear por todo o centro e foi muito bom. Só diversão e brincadeira. Eu e a Soraia vibrámos com o Diogo. Ele é tão fixe que eu e a Soraia demos-lhe o braço. Então, era um de cada lado. Parecia o cavalheiro e as duas meninas. Lol. Resultado: cinco horas sem parar e as mãos cheias de sacos.
Ainda fomos à cervejaria Trindade jantar. Desde as 17 horas até à meia-noite, mas sempre a rir.
O Diogo levou-nos a casa. Primeiro a Soraia, depois a mim. Ficámos uns vinte minutos no carro a falar. Estava tão quentinho no carro que nem me apetecia sair. Desses vinte, uns dez calados. Nem sabíamos o que dizer. O silêncio ensurdecedor... Até que lhe agradeci o dia fantástico e despedi-me dele. Quando ia abrir a porta pensei: - "Deu-nos o braço e agora estou a ser frio? Mostra-lhe como és doido!"
Debruçei-me sobre ele e dei-lhe um beijo... de amigos... na cara.
Não me importei com nada. Apeteceu-me.
Bati a porta e não olhei para trás.

19 de dezembro de 2009

Wham! - Last Christmas



Uma das melhores músicas de Natal de sempre! Este compacto foi lançado em 1984 e faz sucesso até hoje, não fosse o vocalista o George Michael. :)

17 de dezembro de 2009

Sismo e Conselho de Ministros

Não será necessário falar muito sobre o sismo desta madrugada, uma vez que todas as estações de rádio e televisão já o fizeram. Mas, de facto, foi um sismo com alguma intensidade. Apesar de serem duas e pouco da madrugada, eu estava na minha sala a assistir a um programa na SIC de investigação criminal de que não me recordo o nome. E passado pouco tempo, ao levantar-me, sinto todos os objectos do meu móvel a tilintarem, incluindo a decoração da minha (gigante) árvore de Natal. Fiquei aterrorizado com a probabilidade de réplicas, ou mesmo de um sismo mais forte. Já é a terceira vez desde que me conheço como pessoa que assisto a sismos, embora ligeiros. Fui imediatamente ao quarto da minha mãe para ver se ela tinha acordado, mas a verdade é que dormia sossegadamente e nem deu por nada. Bom, foi mais o susto que outra coisa. Nem quero imaginar um cenário semelhante ao de 1755! De lembrar que este sismo teve uma intensidade de 6.0 na escala de Richter, e foi em pleno Oceano Atlântico. Se fosse em terra os estragos teriam sido catastróficos.
Para contrabalançar este acontecimento que poderia ter sido devastador, há uma notícia que me enche de regozijo; hoje entrou em Conselho de Ministros a proposta de lei que pretende abolir a discriminação no acesso ao casamento por parte de pessoas do mesmo sexo, contra todas as correntes desfavoráveis (Igrejas, Plataformas, Direita retrógrada...). Provavelmente (quase garantido) será aprovada no início de 2010, com os votos do PS, BE e até mesmo do PCP que sobe assim imenso na minha consideração. De salientar que o direito à adopção fica excluído desta proposta, contra opiniões que defendem a legalização conjunta do casamento e adopção à semelhança de outros países da Europa. Todavia, estamos em Portugal, o que exige maior ponderação e paciência. A seu tempo, a seu tempo... Tem sido um caminho lento, mas evolutivo. Desde a descriminalização da homossexualidade em 1982 (sim, era ilegal antes!), até este momento, muitas etapas foram ultrapassadas. Cada passo é importante, tal como o foi para as minorias étnicas e para a emancipação feminina. Um país que reconhece a igualdade plena dos seus cidadãos é um país mais justo, credível e melhor.

11 de dezembro de 2009

Crianças do Congo

Ontem vi uma reportagem no canal TVI24 que me chocou de tal forma que me fez perder totalmente o sono. A reportagem mostrava o terror da Guerra Civil neste país da África subsariana e todo o sofrimento inerente das crianças. Vi de tudo: desde relatos de violações, bebés que nascem sem serem desejados, muitos abandonados, outros orfãos... Uma miséria total, aliada à fome, pobreza extrema e à guerra. Que trilogia fantástica. É incrível a maturidade daqueles seres tão pequeninos. Alguns conseguem descrever com absoluta exactidão todos os momentos de amargura. Vi corpos a definharem sem alimentação, uma criança a lutar por respirar (provavelmente com uma doença respiratória), um menino de quatro anos com um ferimento enorme no meio da perna devido a um disparo de bala, uma grávida que deu à luz um bebé morto, e viu-se o bebé sem vida, pálido e imóvel nos braços inexperientes do parteiro. O hospital sem condições, sujo e com ar de morte e sofrimento. Também filmaram uma instituição que alberga crianças orfãs e outras tantas perdidas dos pais no caos da guerra. Os olhos brilhantes e inocentes contrastavam com o ar de tristeza e sofrimento. Para piorar, algumas crianças são recrutadas para ingressarem nas milícias armadas; algumas confessam que já mataram porque foi esse o espírito que lhes incutiram. Matar ou morrer. Algumas trabalham horas a fio em minas de extracção de ouro e metais preciosos de modo a ajudarem nas despesas da casa. Um caso impressionou-me mais do que todos. Uma menina de três anos foi levada para uma instituição depois de ter sido achada por umas mulheres. Não se conhece a sua mãe, pai ou mesmo se estarão vivos. Então, a menina não fala, não interage com as outras crianças e o seu olhar revela imensa dor e sofrimento. Que vontade me deu de entrar no televisor e trazê-la para que a pudesse alimentar, dar educação e carinho. São crianças vítimas de guerras infundadas e bárbaras. Provavelmente nem chegarão à idade adulta.
São crianças sem sonhos, sem esperança, sem nada.

7 de dezembro de 2009

Nostalgia

Hoje acordei com uma sensação de nostalgia muito forte; bom, a verdade é que o facto de ter andado a remexer em cassetes de música e discos antigos dos meus pais muito ajudou a isso. Vi e ouvi músicas que fizeram parte de mim e da minha infância. Num domingo chuvoso, é óptimo ficar em casa de pijama, a tomar um chá e a recordar os anos que já lá vão atrás, muito embora os meus ainda sejam poucos. Então, ouvi uma série de músicas, entre as quais Todas as Manhãs do Roberto Carlos. Esta música marcou-me mesmo quando era criança. Fazia-me pensar naquelas histórias lindas de amor, e a verdade é que a voz do Roberto Carlos é propícia a que fiquemos assim meio bobos a disfrutar da música. Ouvi-a mais de seis vezes seguidas. Depois, "redescobri" os albúns que o meu pai deixou em casa quando se foi embora, mesmo depois do divórcio. Entre eles contavam-se discos e cd's dos Queen, Pink Floyd, Scorpions, tudo muito 80's. Logo eu que adoro este tipo de som. Fiquei horas totalmente absorvido por estas músicas. E há lá com cada balada que amolece qualquer coração mais empedernido. Fui até ao sotão buscar um antigo gira-discos do meu pai para poder ouvir os discos de vinil da Fafá de Belém, António Variações entre outros. Só posso dizer que foi dos melhores domingos que já tive. A minha mãe saiu com umas amigas, e eu escolhi ficar sozinho. Bom, na verdade não escolhi, mas a pessoa que queria que tivesse vindo, infelizmente não pode. Motivo: foi visitar a avó no hospital. Ok, é um bom motivo. Eu até já sabia que a senhora estava doente. É bonito, tudo bem. Trocámos mensagens e até me telefonou. Disse-me que mais domingos virão e que num destes próximos fazemos uma festa do pijama, com muita música antiga, filmes e pipocas.
Quem, mesmo não querendo (?), consegue resistir?

4 de dezembro de 2009

Jantar e Presente

Como em todos os anos, a minha turma está a organizar um jantar de Natal. E é um jantar especial, pois também vão os professores. A primeira ideia que me ocorreu foi, claro, convidar o Diogo para vir. Perguntei à colega que está a organizar se podia, e ela disse que não havia algum problema. Mas a verdade é que ainda não falei nada ao Diogo. Será que ele aceita, ou acha demasiado constrangedor? Ele é um pouco tímido, e nem sei se se sentiria à vontade. Ele gosta de distracção e é super social, mas não conhece ninguém da minha turma e temo que ele se sinta desamparado. Talvez seja melhor organizar algo com outros amigos fora da escola; aí terei oportunidade de apresentá-lo aos meus amigos «extra-escolares» e de criar um bom ambiente.
Também ando na dúvida sobre o que lhe vou oferecer. (Ainda...) não conheço os gostos dele em certas matérias e realmente estou com dúvidas sobre o que ele gostará. Ele adora música, incluindo a nossa Lady Gaga, portanto, o albúm dela pode ser uma boa opção. Um livro, mas não quero intelectualizar demais a nossa amizade...; roupa, não! Creio que é demasiadamente pessoal para que se possa oferecer sem que se conheça muito bem os gostos da pessoa em questão. De qualquer forma, só compro bem à última hora, sempre no El Corte Inglés, por isso, tenho muito tempo ainda. Até lá, vou explorando o território. :)

2 de dezembro de 2009

Passeio e Teatro

Como vos disse no meu post de dia 26 de Novembro, ontem fui ao teatro assistir à peça "As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos". Mas antes quero vos contar como foi o dia de ontem. Bom, começou cedo. Saí de casa às 8 horas da manhã, e já tinha o Diogo à minha espera na rua, dentro do carro. Desci a correr para ir ter ao seu encontro, porque odeio que esperem por mim. À entrada do carro, cumprimentámos-nos e decidimos onde iríamos. Fomos dar uma volta até Sintra. Gostei imenso, pois há muito tempo que não ia a Sintra. É uma vila fantástica que o Diogo também adora. Estivemos lá toda a manhã. À chegada, perguntou-me se queria tomar o café da manhã (odeio a expressão pequeno-almoço!, que horror) e eu disse que sim, pois já me tinha dito durante a viagem que não tinha comido nada. Eu nunca saio de casa sem tomar o meu café da manhã, mas aceitei comer um queque. Depois passeámos e parámos num parque muito simpático que há lá. À hora do almoço, voltámos para Lisboa e fomos almoçar a um restaurante muito simpático e acolhedor. Como foi feriado a escolha também não era muita, mas acertámos em cheio. É claro que comi muito pouco, como manda a etiqueta. Só um bifinho com uma salada; o Diogo comeu peixe grelhado também com salada. Ficámos um bom tempo a falar e depois saímos. Deu tempo para passearmos pelo Parque das Nações, mesmo naquele calçadão perto do rio. Foi tão, tão... giro e natural. Agimos com naturalidade e tudo correu bem. O Diogo é diferente da maioria das pessoas da nossa idade com quem lido. É evidente que selecciono as minhas amizades, mas é impossível evitarmos o contacto com pessoas com quem não nos identificamos; com o Diogo sinto que estou com alguém semelhante e que partilha os mesmos gostos. Sinto-me bem. Por fim, trouxe-me a casa e ainda estivemos uns minutos a falar no carro.
À noite a ida ao teatro. A peça é gira e cómica, claro está. Já tinha assistido o ano passado, mas resolvi repetir. E diverti-me muitíssimo mais do que no ano passado. Não sei porquê, mas gargalhei mais. Talvez já estivesse preparado para o que iria ver. A primeira vez foi um choque. Não estava à espera e pensava que era um registo diferente, mais convencional. Recomendo. Vale a pena!
O dia acabou muito bem... E quando já estava quase a dormir o telemóvel dá sinal. Era uma SMS.

"Adorei o dia. Há mt tempo que n me divertia tanto. Já fazes parte de mim e das coisas d q necessito para viver. Dorme bem. Diogo."

27 de novembro de 2009

Mariah Carey - Christmas (Baby Please Come Home)



Adoro as músicas de Natal da Mariah. São todas fantásticas.
Até me apetece dizer: "Baby, please come homeeeeeeeeee!!!!"

26 de novembro de 2009

Teatro - As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos

Dia 1 vou ao teatro assistir à peça As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos. Vou num género de passeio de turma. Vão os meus colegas, professores, por aí... O ano passado assisti à mesma peça também pela escola, mas como é sempre um dia diferente e uma ida ao teatro, resolvi ir. De início convidei umas amigas, apesar de ir com colegas, mas elas não podem ir. Depois convidei o Diogo, mas ele disse que não lhe dá muito jeito. Mas eu queria fazer um programa com ele. Então, combinámos passar o dia de feriado juntos. Vamos ao Mac ou assim, e depois fazemos qualquer coisa. Também tenho de ver umas coisas para o Natal que se aproxima. Já deu para perceber que ele gosta de fazer as mesmas coisas que eu, apesar de não o conhecer há muito tempo. Ele tem carro (eu ainda não, mas tenho carta; só não me sinto muito seguro para conduzir) o que é óptimo porque eu queria comprar umas coisas não muito práticas para transportarmos nas mãos. É óptimo estar com quem partilha os mesmos gostos que nós, especialmente os meus que são tão raros. Eu, por vezes, sou tão difícil e esquisito de elitista e snob que chega a enervar. Lol Sempre tive o nariz muito empinado, o que não é sempre bom, mas que me dá um enorme gosto. Por isso, torna-se difícil lidar comigo. O Diogo percebe-me. Ele é assim meio beto, mas eu adoro o estilo dele. Tem o cabelo louro assim à emo, usa sempre blazer (aqueles bem modernos), jeans, t-shirts estampadas e ténis lindos. E tem o hábito de usar barba de dois dias. ^^ As idiotas das miúdas são uma loucura. No outro dia parámos numa esplanada de um café na Avenida do Brasil (Lisboa) e estavam a passar três ridículas miúdas, sendo que uma delas deu-lhe coro em plena rua pública. Que tristes papéis... Ri-me tanto, mas já não é a primeira vez que acontece. Ele, de facto, tem um ar assim incomum e eu creio que é isso que lhe dá um ar muito especial.
Imagino o sucesso que não faria no teatro, no dia 1... Mas, infelizmente, ele não pode ir.

23 de novembro de 2009

Crimes Passionais


Todas as semanas (se não todos os dias) surgem notícias alarmantes de mulheres assassinadas pelos seus namorados, companheiros e maridos. Em Portugal, os crimes de violência doméstica teimam em não descer e a verdade é que até têm tendência em subir. Apesar de evitar ao máximo ler esse tipo de notícias, já que me inquietam bastante, é inevitável que tenhamos conhecimento pela televisão, quer queiramos ou não. O último que tive conhecimento chocou-me bastante; a rapariga de nome Joana tinha 20 anos (praticamente da minha idade) e foi barbaramente assassinada pelo namorado, aquele que supostamente a deveria proteger e amparar. E como se não bastasse, depois de assassinada, foi-lhe colocado um saco de plástico na cabeça. Estes requintes de malvadez e premeditação tiraram-me o sono durante umas horas. O namorado tem 22 anos e foi capaz de cometer tão selvático e hediondo crime. Imagino o sofrimento que a mãe da Joana deve estar a sentir. Uma rapariga saudável, estudante universitária e com uma vida social activa e normal ser morta a sangue frio, sendo-lhe privado o direito de viver, de sonhar, enfim, de prosseguir o rumo normal da vida. Às vezes, penso, e se fosse com uma amiga minha, uma prima ou mesmo a minha irmã? Todas as mulheres podem ser potenciais alvos, e também cabe a nós, enquanto membros da sociedade, estarmos em alerta para situações de violência doméstica. Este tipo de crime foi tornado público, ou seja, qualquer um que tenha conhecimento pode e deve denunciar na autoridade competente mais próxima, pois logo todos os meios serão accionados. E também serve para os homens, que apesar de serem vítimas minoritárias neste tipo de crime, alguns são afectados. A APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) tem feito um trabalho excelente neste campo, e é uma instituição a quem devemos e podemos pedir auxílio. Mas existem mais...
Todos somos potenciais vítimas, onde incluo, como é evidente, os crimes de ódio. Os crimes racistas, homofóbicos, religiosos, de género e todos que se incluam neste tipo.
É altura de acabar com o silêncio! Temos direito à felicidade e ao respeito!

22 de novembro de 2009

Natal (I)

Quando chega a esta altura do ano eu começo a pensar seriamente nos preparativos para o Natal, e eu sou demasiadamente meticuloso com tudo o que diz respeito ao Natal. Primeiro, e mais importante, o que vou comprar. Na minha família, isto é, pai, mãe e eu, nunca tivemos o hábito de comprar para oferecer a nós próprios. Desde que era bem pequeno, os meus pais iam comigo às grandes superfícies comercias tipo Toys'R'Us para me comprarem tudo o que eu queria. Seguidamente iam às «lojas dos adultos» (era assim que pensava na época) e compravam o que queriam para eles. Alguns podem pensar que não é tão divertido e tradicional, mas sempre agimos assim e era desta forma que gostávamos de fazer. É evidente que comprávamos para oferecer, mas só para os restantes familiares. E a verdade é que os outros membros da minha família só me davam coisas que não gostava.
Depois do divórcio dos meus pais, em 2006, continuei a comprar o que queria e a fazer tudo o que fazia exceptuando um detalhe: o meu pai não estava lá.
Hoje em dia, e como ja não tenho idade para o Toy'R'Us, vou ao El Corte Inglés desde que abriu, em 2001. Adoro lá ir! Há tudo o que gosto e que me faz feliz. Compro, mando embrulhar nos fantásticos embrulhos que só eles sabem fazer e ofereço a mim próprio. É muito mais giro e excitante embora não pareça. Compro tudo à última hora, lá perto do dia 22, porque adoro a azáfama e a correria natalícia. Fico horas às compras, para desespero do meu pai que costuma ir comigo e detesta esperar. Depois, ao chegar a casa, coloco tudo aos pés da árvore de Natal e desembrulho à meia-noite do dia 25.
Este ano queria ir com o Diogo, sem o meu pai. O Diogo é um querido, super simpático e também um pouco elitista como eu. Conheci-o um dia à saída da escola, trocámos os números de telemóvel e a tradicional pergunta: "Tens Messenger?". Mas ele tem família no Norte e nem sei se estará em Lisboa por esses dias.
Este ano já estou a imaginar o que vou comprar. Tenho o hábito de fazer uma lista no computador, imprimo e vou comprar. Depois também tenho de tratar da decoração natalícia porque mudei de casa em Agosto para uma maior. Resultado: tenho de substituir a árvore e toda a decoração. Mas esses detalhes eu confio na Ana (a minha empregada). Ela compra o que peço e depois eu monto.
O Natal comigo pode ser exaustivo, mas é no mínimo inesquecível.

19 de novembro de 2009

Mundial de 2010

Não gosto de futebol e creio que já o disse algumas vezes, mas não consigo deixar de sentir alegria quando a selecção portuguesa consegue atingir alguns feitos notáveis. Talvez se deva ao facto da não participação de Portugal significar algo como uma pequena derrota pessoal. Não nos podemos esquecer que o ser humano, sociável que é, agrupa-se primeiramente em família e num patamar mais extenso numa Pátria em que passa a pertencer a um todo. E queiramos ou não, é impossível ser indiferente ao conceito de Nação e à pertença que ela exerce sobre nós, não apenas no que diz respeito ao futebol, mas também em tudo o que envolve um certo nacionalismo que, por vezes e em quantidades razoáveis, é benéfico. Todavia, é evidente que nas sociedades actuais o futebol ocupa um espaço essencial no que podemos chamar de patriotismo. É nos estádios de futebol que muitas vezes se assiste a manifestações de euforia e amor à Pátria. Se Karl Marx tivesse vivido nos séculos XX ou XXI talvez atribuísse ao futebol um lugar idêntico à Igreja quando a apelidou de «ópio do povo». É verdadeiramente um dos ópios que controla a Humanidade. Ópio político, económico e, à escala mais visível, social.
A mim pouca ou nenhuma importância tem; apenas gosto de ver este país nas competições internacionais, muito devido à sua história e ao esquecimento e desinteresse que existe dos estrangeiros por Portugal. É no mínimo estranho ver aquele que foi outrora uma das potências económicas mais importantes reduzido a país periférico da Europa. Ironias do destino e de péssimas administrações.
Agora que conseguiram o apuramento, que façam algo por este país no Campeonato da África do Sul, já que todas as esperanças e alegrias residem nesse bendito torneio...

17 de novembro de 2009

Prós e Contras - Referendo ao Casamento


Devo ter sido dos poucos portugueses que não assistiram ao debate na RTP relativamente ao (im)possível referendo aos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. E soube antecipadamente o tema do programa de ontem. É imperdoável... Bom, nesse sentido, estou convicto de que alguém terá o bom senso de colocar no Youtube pelo menos uns excertos do programa. Já percorri a blogosfera e tenho encontrado alguns resumos interessantes e minimamente elucidativos, mas eu sei que não há nada como ver e ouvir. Soube que esteve lá a Direita conservadora e antiquada e os tradicionais defensores dos direitos dos homossexuais. E também já soube que os defensores do referendo, melhor dizendo, os defensores do "Não" ao casamento entre pessoas do mesmo sexo estiveram particularmente mal. Como defender a intolerância e o preconceito? Cada vez é bem mais difícil. É que parecendo que não, as sociedades (até a portuguesa!) mudam e evoluem, apesar de todo o preconceito que ainda existe. Não é um trabalho rápido que demore um dia; é um processo lento e penoso. Foi assim com os movimentos sufragistas femininos no início do século XX, com a conquista da democracia na maior parte dos países europeus, com a descriminalização da prostituição (em Portugal só em 1982) e também com a legalização do aborto. Não é de esperar um processo diferente nesta matéria. O preconceito tem milénios e a tolerância apenas algumas décadas. Não são dois lados que lutam em pé de igualdade. O preconceito em geral e a moralização da sociedade ocidental nasceram com o Édito do Imperador Teodósio I que tornou o Cristianismo religião oficial do Império Romano, ou seja, desde os primórdios da Alta Idade Média até ao último quartel do século XX de forma persistente. Nos finais da década de 70 do século XX assistiu-se a outra abertura e a uma maior sensibilidade pelas questões sociais, passando pelos anos 80 e 90 que estabeleceram definitivamente um outro olhar pelo mundo, isto submetendo o Mundo a uma visão meramente europeísta e ocidental. É impossível fugir à tentação, mas são factos.
Isto só para dizer que não pude ver o Prós e Contras.

14 de novembro de 2009

Água na Lua

A Lua sempre me surgiu na mente como um acessório da Terra. Para ser bem mais correcto, um simples satélite artificial sem luz própria, seco, árido e sem vida. Servia apenas para tornar as nossas noites mais bonitas e místicas. Era um conceito global e até mesmo científico.
Mas o que parecia ser um mundo vazio e desinteressante é afinal um lugar onde existe água. E água poderá significar vida. Não existe só no planeta Terra mas também na sua companheira de sempre. Esta confirmação da agência espacial NASA vem alterar completamente o conceito de vida e de onde ela poderá estar. Talvez não seja preciso procurar muito; quem sabe se a nossa Lua, que de nossa não tem nada, terá vida? Não será uma vida muito visível, de outra forma já teria sido identificada, mas essa água encontrada poderá conter vida microorgânica e seres unicelulares complexos e diferentes. É talvez uma das etapas mais interessantes e entusiasmantes da Astronomia. Agora existe uma base, um suporte que sustém as esperanças de encontrar vida extraterrestre. Eu sempre acreditei que existe e é uma enorme presunção do Homem a ideia de que num Universo infinito, composto por milhões de galáxias, milhões de estrelas e planetas só exista vida no insignificante planeta Terra. E para que serve tudo o resto; para embelezar o Cosmos ou suscitar o interesse do Homem? É uma ideia absurda e irreal. No Universo deve proliferar vida e mais vida. A sua descoberta é uma questão de tempo...
Se nós não descobrirmos primeiro, essa vida virá ao nosso encontro, mais cedo ou mais tarde...

10 de novembro de 2009

Referendo ao Casamento Civil entre pessoas do mesmo sexo

Tenho lido e ouvido constantes notícias que dão conta do aparecimento de vozes activas a favor de uma consulta popular ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Entre essas vozes estão, como é evidente, uns bispos da Igreja Católica, socialistas cristãos e deputados da Direita conservadora. Todos sabemos que o referendo provavelmente irá chumbar a proposta e é aí que reside a esperança destas vozes contrárias. As tentativas de abortar (bem a propósito...) o reconhecimento efectivo do direito civil ao casamento continuam. O que é estranho é que são sempre as mesmas vozes. Pergunto-me, já que defendem as suas teses com tanta convicção, por que será que têm tanto medo que pessoas do mesmo sexo se possam casar? É o reconhecimento de um direito mais do que legítimo, que não irá influenciar a vida de ninguém, apenas a de aqueles que serão abrangidos por essa futura lei. A verdadeira inconstitucionalidade está aí, nessas tentativas de impedir que este país progrida, mesmo que no célebre artigo 13º da Constituição esteja expressamente proibido qualquer tipo de discriminação. A legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo está incluída no programa do PS e espero que haja bom senso do Engº Sócrates relativamente a esta matéria, e a verdade é que algumas vozes do partido já vieram a público reafirmar a vontade dos Socialistas em fazerem passar esta proposta pela Assembleia da República. Se este for o cenário, provavelmente será aprovada pela maioria simples do PS mais os votos favoráveis do BE, do PEV e talvez do PCP. Pessoalmente, acho que está na hora de dar um importante passo na luta contra a homofobia e o caminho é o pleno reconhecimento do casamento civil independentemente do género e da orientação sexual dos cidadãos.

8 de novembro de 2009

Museu Nacional de Arte Antiga


Hoje fiz uma visita de estudo ao Museu Nacional da Arte Antiga onde tive a oportunidade de ver inúmeras peças de arte, apesar de não tantas como gostaria. Esta visita de estudo insere-se no âmbito da disciplina de História A, já que pude observar diversas peças que remontam desde o século XIII ao século XVIII. Nunca tinha estado neste magnífico museu, e de todas as visitas de estudo que já participei desde o 10º ano esta foi das que mais gostei. Vi imensas peças, desde uma cruz da época de D. Sancho I, passando pela magnífica custódia de 1506 mandada construir por D. Manuel I até aos Painéis de São Vicente (foto), a pintura mais estudada e analisada em Portugal, entre outras peças. O espólio do museu é incrível e, de facto, vale a pena ser visitado. O enriquecimento pessoal não tem preço e a aprendizagem histórica, cultural e artística que tirei contribuirão para a minha formação. Deviam existir mais contributos para a divulgação das Artes neste país. Um detalhe que reparei foi na ausência de famílias pelos corredores do museu. Apenas algumas crianças e uns adultos. Estava praticamente vazio. Neste país não existe o hábito de incutir a cultura e o saber nas crianças, pelo contrário, os incentivos ao futebol tanto pela televisão como ao vivo são mais que muitos. Este país é terrivelmente ignorante, perdoem-me a sinédoque. O Museu Nacional de Arte Antiga é uma pérola escondida pelas ruas íngremes e estreitas de Lisboa.

6 de novembro de 2009

Quarto de dormir

O nosso quarto de dormir é o nosso último refúgio; é o espaço que usamos quando necessitamos de paz e protecção. É algo muito íntimo, que faz parte do nosso lado mais pessoal. Lá, guardamos o que mais gostamos, as coisas que têm mais importância para nós. Não me refiro apenas às coisas materiais, como as lembranças familiares ou aquelas peças de que mais gostamos; mas também aos nossos sentimentos e às nossas boas recordações. E como espaço íntimo que é, decoramo-lo ao nosso gosto de forma a dar-lhe um toque pessoal para nos sentirmos bem lá dentro. Uns usam todo o tipo de artigos decorativos dando-lhe um ar bem piroso; outros preferem uma decoração simples e leve, no entanto, cada quarto que existe reflecte a pessoa que o utiliza. Por isso mesmo, não gostamos que o invadam sem o nosso consentimento. É como se tratasse de uma agressão pessoal, uma intromissão totalmente repreensível. O quarto de dormir assume durante a adolescência um carácter ainda mais pessoal, herdeiro talvez dos famosos castigos de infância. Pode ser individual, bem como repartido e até mesmo destrutivo, pois quantas pessoas o utilizam para tentar curar as suas depressões... É o nosso último reduto, o nosso último porto de abrigo. Pode ser pomposo e rico, como os quartos dos reis e imperadores, mas também modesto e pobre, como os quartos das pessoas mais desfavorecidas. E também há quem não o tenha porque vive na rua. Será que todos nós nos apercebemos da sua importância?
Por vezes é lá que tudo começa, mas também que tudo acaba...

3 de novembro de 2009

Dirty Diana



Uma das minhas músicas favoritas... Michael Jackson (1958 - 2009) .
Esta música faz parte do albúm Bad de 1987, numa época em que começaram a surgir os primeiros rumores sobre Michael devido às suas mudanças de aparência.

1 de novembro de 2009

1 de Novembro

Dia 1 de Novembro tem vários significados e o mais óbvio é, sem dúvida, o significado religioso. Associamos este dia ao tradicional dia dos Finados, embora o correcto seja a comemoração ao dia 2. Hoje o dia é o dia de Todos os Santos, o que liturgicamente corresponde à celebração em honra de todos os santos e mártires da Igreja Católica. No entanto, as pessoas escolhem este dia para visitarem as campas e ossários daqueles que já partiram.
Mas, em Portugal, este dia tem mais um significado; foi no dia 1 de Novembro de 1755 que se deu o Terramoto de Lisboa, acontecimento que destruiu uma parte significativa da cidade, antecedendo um poderoso maremoto que matou milhares de pessoas e fez desaparecer importantíssimos monumentos nacionais. A família real escapou ilesa porque nesse Domingo, D. José I (1714-1777) resolveu dar um passeio com toda a família por Belém. Se tivessem ficado no Paço naturalmente tinham perecido já que o Palácio Real, que se situava na actual Praça do Comércio, foi totalmente destruído, levando consigo numerosas obras de arte e documentos históricos de elevada importância. Só a determinação do futuro primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido por Marquês de Pombal, salvou a capital do Reino da ruína total, muito com a ajuda das remessas de ouro do Brasil, diga-se... O Terramoto de Lisboa de 1755 teve um impacto muito forte na mentalidade da época e ajudou a desenvolver os estudos sísmicos que começaram a aparecer, de forma ainda débil, na sociedade de então. Filosoficamente, e devido ao contexto Iluminista em que se inseriu, o Terramoto também provocou reacções, por exemplo, em Voltaire que deixou alguns trabalhos sobre o sucedido. O impacto ajudou, nomeadamente ao Marquês de Pombal, a ascensão a Primeiro-Ministro. D. José terá ficado eternamente grato a Sebastião José pelo facto de ter reconstruído Lisboa num espaço tão curto de tempo. Só a sua fobia não teve cura, pois o Rei continuou a viver num Acampamento Real nos arredores da cidade. O povo, esse, continuou a passar fome e privações. Seguiu-se todo o esplendor absolutista defendido por Sebastião José: os julgamentos e execuções arbitrários (o caso da família Távora e do Padre Malagrida) e a perseguição religiosa (expulsão dos Jesuítas). Mas também se extinguiu a diferença social entre cristãos novos e velhos, criaram-se companhias comerciais essenciais para o país e aboliu-se a escravatura, embora apenas no Reino e não nas colónias, o que originou um Despotismo Esclarecido de base iluminista, embora autocrático. É uma época incoerente; progressista em alguns aspectos, conservadora noutros, o que não retira o encanto do magnífico século XVIII.

31 de outubro de 2009

Halloween



Chegou uma das noites que mais gosto: a noite de Halloween! E já combinei com uns amigos um programa divertido; no quintal bem grande de um deles vamos organizar um jantar com decoração dedicada ao evento. É uma noite essencialmente norte-americana e um tanto pagã, mas não deixa de ser divertida!

30 de outubro de 2009

This Is It

Como já referi num post anterior, descobri relativamente tarde o gosto por Michael Jackson. Mas ao descobrir tornou-se praticamente obrigatório ouvir pelo menos uma música por dia. O ritmo das músicas mexe comigo e faz-me querer dançar sem parar. Por isso, estou ansioso por assistir ao mais recente filme sobre o cantor falecido a 25 de Junho deste ano. This Is It, frase utilizada por Michael para promover o que seria a sua maior tournée, foi reaproveitada para divulgar este recente filme que não é mais do que as últimas gravações do cantor enquanto ensaiava os seus espectáculos. Este facto torna o filme bem mais apelativo, porque estamos a assistir às últimas imagens tornadas públicas de Michael. Não é um filme baseado nele, com um actor que o interpreta; mas sim o próprio Michael, que se tornou estrela de um filme que ele nem podia imaginar que seria realizado. É quase como uma despedida, e eu também desejo fazer essa despedida.

25 de outubro de 2009

Morrer Como Um Homem

Hoje fui assistir ao filme Morrer Como Um Homem, um filme de João Pedro Rodrigues. É um filme tocante, dramático e real, pelo menos para quem vive da noite. Conta-nos a história de Tónia, uma travesti lisboeta que vive dividida entre o seu sexo real, o masculino, e o sexo que usa para ganhar a vida, o feminino. Tónia vive com Rosário, seu namorado, toxicodependente e que também a maltrata quando está de ressaca. Para além do dualismo de género, Tónia enfrenta também a rejeição do seu único filho, Zé Maria, um militar que não aceita a condição do seu pai. No fundo, Tónia vive uma vida de sofrimento e anormalidade, até mesmo na hora da sua morte. O filme fala-nos de sentimentos, de sofrimento e de como a vida pode ser ingrata para algumas pessoas. Relembra-me a história de Ruth Bryden, uma famosa travesti lisboeta da década de 80. O meu pai conheceu-a quando trabalhou no famoso Scarlatti, anos antes de eu nascer. Aconselho a todos que tenham a mente aberta a assistirem ao filme. Será uma experiência diferente para quem não se enquadra nesta temática, no entanto, o saber não ocupa lugar e quando não compreendemos algo, o melhor é tentarmos passar para o outro lado tentando viver na pele de quem não compreendemos. Nesse momento, toda uma outra visão nos é possível.

20 de outubro de 2009

Caim

Esta semana foi lançada a polémica obra de José Saramago, Caim. Obra essa que ainda não tive a oportunidade de ler, não podendo, por esse facto, fazer uma crítica fundamentada. No entanto, mais uma vez, José Saramago ousou enfrentar os padrões culturais ocidentais, mais concretamente a Igreja Católica. Acusou a Bíblia de ser um "manual de maus costumes", e eu não poderia estar mais de acordo com ele. Basta lermos umas breves passagens bíblicas para nos apercebermos que o ódio é uma constante, bem como a existência de um Deus que de sentimentos só conhece a cólera e a vingança.
É manifestamente claro que a Igreja Católica está a atravessar o seu pior momento e continua a perder fiéis incessantemente. As suas doutrinas medievais não se coadunam com as exigências dos tempos actuais, e a verdadeira crise de valores reside nessa instituição, que mais se preocupa com o controlo do nosso corpo e sexualidade do que propriamente pela salvação da nossa alma. Nessa instituição está bem patente o carácter imperialista, em que existe um líder máximo exalando poder e uma continuidade de senadores imperiais responsáveis pela manutenção de tão vasto império. Nem poderia ser de outra forma, afinal, a Igreja Católica é a sucessora de Roma. Martinho Lutero é actualíssimo e cada vez mais. Não reconheço nem nunca reconhecerei a Bento XVI e a seus sucessores o direito de intermediarem a minha relação pessoal com o que se poderá apelidar de Deus. Já estou como o Saramago; Bento XVI nunca bebeu café com Deus, conhecendo-O tanto como qualquer outro mortal.
Comunista, idoso e um pouco decrépito, mas "o homem" tem valor e a prova disso mesmo é o reconhecimento da Fundação Nobel, com a atribuição do Nobel (primeiro da Língua Portuguesa em literatura). Se não fosse uma voz demasiadamente incómoda, até Bento XVI gostaria dele.

18 de outubro de 2009

Memoirs of An Imperfect Angel

A Mariah Carey (a minha intérprete favorita) acaba de lançar o seu mais recente albúm de estúdio, Memoirs of An Imperfect Angel. Este albúm já conta com dois singles de sucesso, incluíndo este I Want to Know What Love Is. Também gosto do primeiro, mas esta versão fantástica do hit dos Foreigner de 1984 está fenomenal. Fiquem com o vídeo!


17 de outubro de 2009

Maitê Proença - Polémica

Esta semana levantou-se uma enorme polémica relativamente ao vídeo realizado por Maitê Proença, vídeo esse que satiriza Portugal, e que já tem mais de dois anos. Bom, a verdade é que desde que foi colocado na internet tem suscitado ondas de críticas que atingiram todo o país. Eu também assisti ao vídeo e confesso que concordo, em parte, com aquilo que foi dito, nomeadamente a incompetência dos portugueses e a sua incúria. A parte mais infeliz foi a polémica cuspidela na fonte do claustro do Mosteiro dos Jerónimos, ex-libris de Lisboa e símbolo dos Descobrimentos e identidade nacionais. Não foi de bom tom a atitude de Maitê, mesmo tendo a ideia de imitar a queda de água da fonte; ela deveria de saber que tal atitude poderia causar incómodo nos portugueses e originar falsas interpretações. É evidente que mais do que menosprezar os portugueses, a actriz pretendeu satirizar e brincar com aquilo que lhe pareceu mais óbvio: o estereótipo do português burro e ignorante. A mim não me atingiu minimamente; não gostei da cuspidela, mas de resto acho muito bem que haja sátira e humor em Portugal e sobre os portugueses. Este país, para além de todos os defeitos que tem, é demasiadamente negro e escuro. Sempre gostei da Maitê e do seu trabalho como actriz (jamais me esquecerei da Verinha da novela Da Cor do Pecado) e continuarei a gostar. Não será um vídeo patético que irá diminuir o seu valor enquanto actriz e escritora. Pelo contrário, a atitude de muitos portugueses que defenderam o seu patriotismo ofendendo a Maitê, revela uma enorme falta de respeito e de humor também.

10 de outubro de 2009

Amália

Dia 6 deste mês fez 10 anos sobre a morte de Amália Rodrigues. Apesar de ser muito pequeno ainda, lembro-me perfeitamente que estava na carrinha do colégio, a caminho de casa, quando ouvi a empregada dizer: - " Morreu a Amália! ". E aquela expressão era como se tivesse partido alguém da família, alguém muito próximo. Quando cheguei a casa já os noticiários relatavam a morte da diva do Fado e sentia-se no ar um sentimento estranho de orfandade. Eu também fui absorvido por esse sentimento de tal forma que visualizo perfeitamente esse dia na minha cabeça.
Aprendi a gostar de Amália com a mãe, sempre fã dos fados, especialmente de Povo Que Lavas no Rio e Estranha Forma de Vida. E, apesar de não ser o estilo musical mais popular na minha faixa etária, a verdade é que gosto dos fados de Amália devido a terem uma portugalidade estranha, tão estranha quanto o Sebastianismo ou o velho do Restelo. Mas é esta estranheza que dá a identidade a um povo, a umas gerações.
Amália representou mais do que Portugal durante o Estado Novo; era a menina invejada, a dama inalcançável. Salazarista ou não, do seu talento ninguém pode duvidar. Encantou palcos em Portugal e no mundo com a sua voz única e os seus maneirismos inimitáveis.
O verdadeiro dom dos intérpretes musicais é precisamente esse: morrer fisicamente, mas não na memória e nos ouvidos do povo.

Pré-universitário

Dedico pouco tempo e espaço deste blog aos estudos, mas hoje resolvi escrever. Neste momento sou um rapaz pré-universitário que está no 12º ano e com a enorme responsabilidade de manter a média algo elevada (16,8) que me permitirá (ou não) entrar em Direito. O ano lectivo começou bem, sem incidentes. As minhas melhores amigas saíram, o que me desanimou um pouco, mas a vida continua. As professoras (são só senhoras) já as conhecia dos anos anteriores, o que é óptimo porque já me conhecem também, bem como às minhas características pessoais. Por enquanto estou a adorar as matérias e estou bastante entusiasmado, o que se torna essencial para manter o equilíbrio. Tenho alguns colegas novos, o que dá algum dinamismo às aulas.
Espero continuar a ser um bom aluno. Sempre o fui, espero continuar para bem da minha média.
Já me causou dissabores, mas a vida é mesmo assim. xD
PS: Espero que gostem deste meu registo mais informal. =)

4 de outubro de 2009

Aaliyah




Provavelmente não a conhecem, mas esta menina muito bonita e talentosa já não está entre nós desde Agosto de 2001, data em que morreu num trágico acidente de aviação com apenas 22 anos. Era uma cantora de R&B americana que estava a dar os seus primeiros passos no mundo da música. O destino não permitiu saber mais sobre ela.
Aaliyah (1979 - 2001).

29 de setembro de 2009

Pessoa, Botto e Sá Carneiro - Características comuns

Analisar e estudar um pouco mais sobre a vida destes poetas torna-se verdadeiramente imperativo, sobretudo as relações conjuntas e pessoais existentes entre eles. A análise dos legados deixarei, como é evidente, para os críticos literários e especialistas.
Que existiram laços de amizade entre Fernando Pessoa, António Botto e Mário de Sá Carneiro é indiscutível, mas sempre me questionei sobre o teor e essência dessa amizade. A homossexualidade de Botto era manifestamente reconhecida pelo próprio, como demonstra o seu livro de poesia Canções. A admiração de Pessoa também, como o atestam vários artigos escritos por Pessoa em defesa do seu estimado amigo. O próprio Pessoa tinha um aparente problema de relacionamento com as mulheres, e não é difícil imaginar que terá encontrado em Botto um ombro amigo, ou mesmo um escape para algum líbido que estivesse a mais. Mário de Sá Carneiro era verdadeiramente neurótico e depressivo, apesar de lhe terem sido conhecidos casos com mulheres, no entanto, a hipótese de uma possível tendência homossexual sempre pairou no imaginário de várias pessoas.
Sabe-se hoje que o círculo intelectual pode ser bastante promíscuo e este exercício pretende demonstrar a profunda hipocrisia que reina até mesmo no elitista mundo literário. Não é conveniente que se associe Fernando Pessoa à sua eventual bissexualidade pois essa revelação poderia deteriorar a essência e imagem do poeta. É preferível ignorar os sinais por demais evidentes, como as relações com os outros dois poetas. Obviamente poderão dizer que para um poeta como Fernando Pessoa a preferência sexual não será mais do que um mero detalhe entre a sua vida e obra, mas mesmo que se resumam a episódios esporádicos e ocasionais, estas possíveis experiências homossexuais têm de ser estudadas e analisadas quando se pretender explorar a vida do poeta. Existem dados suficientes que permitem associar os factos à tese que pretendo demonstrar. Basta até, para o comum leitor, supor um elo de ligação e características comuns entre os três poetas que justifiquem as suas relações de amizade.
A História é inegável, para o bem e para o mal, e nunca Fernando Pessoa, e consequentemente Mário de Sá Carneiro serão verdadeiramente conhecidos enquanto existirem factos das suas vidas que permanecem ocultos.

28 de setembro de 2009

Panorama político português

Ontem foi dia de eleições e, como sempre, é o povo que decide e o povo decidiu manter José Sócrates no poder, embora sem a sua maioria absoluta. Era o cenário mais provável e que acabou efectivamente por concretizar-se. A maioria esvaiu-se, o principal partido da oposição (vazio de ideias) não ganhou e a oposição mais pequena acabou por sair vencedora, embora uns mais que outros. A grande surpresa para mim foi o crescimento do CDS-PP que julgava moribundo. Afinal, Paulo Portas tinha razão. Da sua inteligência política e perspicácia não duvidava, mas duvidava sim do crédito do seu partido. A vitória é, antes de mais, pessoal. Quanto ao Bloco de Esquerda, o crescimento em votos e número de mandatos era previsível. Ganhou com o descontentamento à Esquerda e com os votos de simpatizantes jovens. A CDU cresceu, irrisoriamente, mas aumentou em 1 o número de deputados. Gabo a sua sobrevivência desde a queda da URSS. Só por isso merece estar representada.
Com o parlamento mais dividido, o Partido Socialista terá de chegar a acordos governativos. O tempo da maioria acabou. Pela experiência que os portugueses já deveriam ter, governos minoritários significam instabilidade política...
Espero estar enganado.

25 de setembro de 2009

Cidadania

O conceito de cidadania é, de facto, muito vasto. Todos nos recordamos dele quando precisamos de invocar os nossos direitos, mas depressa nos esquecemos do dever de cumprir as regras da convivência em sociedade. Uma das regras é o voto. Só quem vota tem o direito de exigir algo do seu país e de seus governantes; quem não o faz, negligenciou o seu dever, logo, nada tem a reclamar. É evidente que o acto de votar não é aliciante em Portugal, na medida em que o sentimento de abandono em relação aos políticos é bastante, mas o voto é a única "arma" democrática que todos podemos usar de forma a manifestarmos a nossa discordância das políticas seguidas nos últimos anos. A abstenção não significa protestar contra o sistema actual, mas sim compactuar com o caos político e o vazio que já existe. Defendo até, neste sentido, a obrigatoriedade do voto. O cidadão tem deveres para com o seu país. Por isso, vote em quem votar, a decisão é inteiramente sua; mas vote!

11 de setembro de 2009

Rapaz que morreu jovem demais...

Estava eu a folhear o jornal O Mirante (um jornal regional mas de valor reconhecido) e ao passar pela página da necrologia dou com um quadradinho muito simples que relatava a missa do 4º ano decorrente da morte de um rapaz de nome Pedro. O que mais me suscitou a curiosidade foi a foto que estava presente. O olhar dele, a sua alegria e vivacidade provocaram-me um enorme arrepio na alma e alguma tristeza estranha e comovente. Por acaso, no anúncio, constava um endereço de blog que fui visitar. O blog está muito bem elaborado e é extremamente tocante ler todos os artigos que lá se encontram. Nunca tinha visto um blog criado de forma a homenagear alguém que tivesse partido. O Pedro morreu novo de mais, com 22 anos. Era mais velho quando partiu do que eu sou neste momento. Dificilmente me esquecerei do Pedro, apesar de nunca o ter conhecido.

6 de setembro de 2009

Debates (Legislativas)

O panorama televisivo português tem sido preenchido pelos debates televisivos entre os líderes partidários que têm assento parlamentar. Bom, os debates não foram nada de especial até agora, exceptuando o debate Sócrates - Portas e o debate Louçã - Ferreira Leite.
A verdade é que tanto Paulo Portas como José Sócrates são homens inteligentíssimos e que sabem bem a estratégia a utilizar nestas eleições. Ganha quem for mais eloquente e convencer o povo. Ganha, como é evidente, o debate. Paulo Portas sabe que não poderá ser primeiro-ministro. O debate foi bastante equilibrado, um autêntico jogo de forças em que nenhum ganhou vantagem sobre o outro. Pessoalmente, simpatizo com José Sócrates, podendo mesmo afirmar que gosto dele. Parece-me coerente, frontal e determinado. Com Paulo Portas poderia simpatizar, não fossem as suas ideias demasiadamente à direita para mim.
Francisco Louçã é um homem que sabe cativar e é um excelente orador, no entanto, para mim, perde para José Sócrates. Gosto dele, mas prefiro o Sócrates. Soube debater com Ferreira Leite, que considero ser uma pessoa de ideias abomináveis, para não adjectivar de pior modo. Provoca-me naúseas quando a vejo, até ao ouvir a sua voz. Tenho ataques de pânico quando leio o que diz.
Jerónimo de Sousa é um homem que visivelmente perde perante todos, não tem a mesma atitude ao discursar e tem visíveis dificuldades de resposta. Não tem a formação académica de que dispõem os seus adversários políticos, mas talvez por isso mesmo saiba encantar as pessoas. A sua simplicidade é encantadora, até para mim, que abomino o comunismo. Considero-o mais forte do que o próprio PCP. É um líder a ser estimado pelos militantes comunistas.
No fundo, todos sabemos que o que está em questão é a manutenção do PS no poder ou a sua substituição pelo PSD. Nesse sentido, estou atento aos discursos dos líderes de ambos os partidos, mas considero essencial que haja um crescimento das restantes forças políticas, sobretudo BE, de forma a neutralizar os efeitos de uma dominação política bi-partidária.

3 de setembro de 2009

Farinelli

Carlo Maria Broschi (17o5 - 1782) mais conhecido pelo seu pseudónimo Farinelli, foi uma personagem histórica que me encantou desde sempre. Famoso cantor lírico italiano do século XVIII, talvez uma das suas características mais conhecidas seja o facto de ter sido um castrato, ou seja, para quem não conhece a palavra, um rapaz que na sua infância foi castrado de forma a manter a voz de soprano que com a puberdade e o aparecimento das características sexuais secundárias iria desaparecer. Na época era costume castrar os rapazes pobres ou da baixa nobreza que demonstravam apetência para o canto lírico. A Igreja Católica não permitia a entrada de mulheres nos coros, logo esta era a única maneira de substituir as vozes de soprano. Triste destino o destes rapazes, que apesar de terem o mundo a seus pés, estavam privados de viver a sua sexualidade de forma normal. Farinelli foi o expoente máximo dos castrati na Europa do século XVIII e seguramente foi o castrato mais conhecido de sempre pois a sua voz era verdadeiramente impressionante, de tal forma que encantou a corte de Fernando V e seu filho, Fernando VI de Espanha. Encantou as cortes europeias, provocou o delírio de muitas mulheres (e de seguramente muitos homens...), mas não consigo deixar de imaginar todo o sofrimento inerente à amputação dos órgãos sexuais. Era a mutilação genital dos séculos XVI, XVII e XVIII, tal como hoje é praticada a muitas mulheres de tribos primitivas em África. Um verdadeiro horror, justificável apenas pela beleza das famosas árias e pelo período cronológico, como é natural. Os castrati só desapareceram no século XIX, tal era a sua importância. Pois bem, também é importante que o mundo saiba quem foi um dos maiores cantores líricos de sempre.
Menos homem fisicamente, mas com a voz que o elevou ao patamar dos deuses.

2 de setembro de 2009

De regresso!

A todos os meus leitores devo, evidentemente, um pedido de desculpas por esta tão prolongada ausência, mas de facto foi-me completamente impossível evitá-la. De forma imprevista tive de fazer uma mudança de residência em uma semana, o que é completamente desgastante. Em dois dias eu, a mãe e a nossa empregada tivemos de empacotar tudo de forma a que os homens das mudanças pudessem carregar tudo no próprio dia. Foi totalmente exaustivo! No dia seguinte tiveram de descarregar tudo na casa nova sempre com a nossa supervisão, claro está.
Como podem verificar tenho motivos para não pensar muito no blog. Espero que com a tão aguardada rentrée possa recuperar o tempo necessário às minhas crónicas. Este Agosto foi terrível, verdadeiramente terrível. Nem tive paciência para me actualizar relativamente às notícias do nosso mundo. Há semanas que não via televisão, até ontem, que vi o debate de José Sócrates na RTP1. Pelo menos gostei.

31 de julho de 2009

Gripe A

Chegou a primeira pandemia do século XXI, a Gripe A. Todas as autoridades mundiais estão assustadas com o aparecimento de casos sistemáticos de infecções generalizadas desta nova mutação do vírus Influenza. Não se sabe ao certo qual é a constituição deste vírus, mas já ouvi dizer que se trata de uma mutação da variante humana, suína e aviária da gripe. De facto, o aparecimento de casos sistemáticos é um motivo de alerta; mas estarão as autoridades portuguesas preparadas para enfrentar uma contaminação em massa? Não parece muito provável, na semana em que também veio a público uma alegada negligência médica em relação ao tratamento de doentes com problemas oftalmológicos. Sinceramente não confio no sistema de saúde português, bem como na justiça e em outros sectores. Creio que muitas coisas estão erradas neste país, e adoecer por adoecer, é preferível que suceda noutro país. Pessoalmente, esta pandemia não me assusta em nada, e a verdade é que continuo a fazer tudo o que fazia anteriormente sem que tivesse alterado rigorosamente nada. Para que nos aconteça algo, estar vivo é o suficiente. Afinal, a vida em si é um risco, mas que muitos não estão dispostos a correr.

20 de julho de 2009

Homossexuais em Portugal não podem dar sangue

Parece uma notícia vinda de um qualquer país do Médio Oriente ou do Sudeste Asiático, mas garanto-vos de que é mesmo em Portugal. Surpreendidos? Eu também fiquei, quando ouvi tal notícia na Sic Notícias há uns dias atrás. Segundo o srº Gabriel Olim, director do Instituto Português de Sangue, um homem que tenha relações sexuais com outro está mais susceptível de contrair DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis). De realçar que as homossexuais femininas estão fora da lista negra, apesar de há relativamente pouco tempo uma mulher ter sido impedida de dar sangue por ser assumidamente lésbica.
Pois bem, perante os factos apresentados, parece-me oportuno dar alguns esclarecimentos relativamente a este caso. Hoje em dia já não existem grupos de risco, mas sim comportamentos de risco, o que engloba qualquer orientação sexual seja ela qual for. Há homossexuais promíscuos assim como há heterossexuais, parece evidente. Aliás, nos últimos anos a SIDA tem aumentado consideravelmente nos heterossexuais, já tendo ultrapassado a taxa de infecções em homossexuais. De relembrar ao srº Gabriel Olim e ao Ministério da Saúde (que corroborou a opinião deste senhor), que a SIDA não é mais a "doença dos paneleiros" como era conhecida na década de 80. Não era assim que muitos a designavam? O castigo de Deus! Não é, infelizmente para alguns. Atinge todas as faixas etárias, raças, estratos sociais, credos...
Para além disso, todas estas tomadas de posição levam-me a fazer uma perguntinha muito simples; o sangue é examinado, não é? Nunca me ocorreu outra coisa...
Por último, como referi anteriormente, as homossexuais femininas estão excluídas desta directriz. Não é de estranhar, afinal na nossa sociedade latina e máscula, um casal lésbico é muitíssimo bem visto. Recordo-me até que assistir ao acto sexual entre duas mulheres é uma fantasia de muitos homens machos e latinos que, por vezes, muitos deles também têm os seus namorados secretos...
Daí advém todo o preconceito contra os homossexuais masculinos...
Acho mesmo que, na medida em que não têm todos os direitos como deveriam ter, os homossexuais masculinos deveriam, sei lá, pagar menos impostos, o que é devido a seres humanos de 2ª...
Não podem casar, adoptar, dar sangue... deixá-los-ão viver em paz também?

14 de julho de 2009

Eleições, PS vs PSD (nada mais existe...)

Já sabemos que se aproxima (mais) um momento imperdível em Portugal: as eleições legislativas de 2009. E digo imperdíveis porque agora é que o circo vai começar, juntamente com todas as atracções do costume. E é sempre a mesma coisa; os beijinhos, as promessas...
No entanto, o que mais me irrita é o dualismo PS - PSD que assombra o panorama eleitoral português. Parece não existirem outras alternativas para além dos dois partidos dominantes. De facto, o mesmo sucede nos outros países europeus, mas a realidade é que neste jogo de interesses existem outros protagonistas que, por vezes, não conseguem fazer ouvir convenientemente as suas propostas. O meu carácter democrático vai tão longe a este ponto. Não simpatizo propriamente com nenhum dos partidos mais à esquerda do PS, mas reconheço o seu direito a uma participação justa e democrática. Refiro-me, obviamente, à Comunicação Social, que controla e manipula as opiniões de forma verdadeiramente inadmíssivel. É preciso limitar totalmente este poder instaurado que joga com o interesse dos cidadãos destacando apenas os seus benefícios próprios. O perigo está verdadeiramente aí.
Por isso, que acabe este capítulo único entre o PS e o PSD... Será pedir demais?
E ainda a procissão vai no adro...

26 de junho de 2009

Michael Jackson (1958 - 2009)

Foi com enorme consternação e pesar que soube o que tinha acontecido ao Rei da Pop. Estava em casa e fiquei perplexo, de tal forma que chorei, chorei compulsivamente. As músicas de Michael são obrigatórias no meu dia-a-dia, bem como a sua pessoa é inspiradora e também força motriz da minha vida. Posso me considerar um fã, não fanático, mas um fã. Um fã que chorou e desacreditou uma notícia que já era confirmada um pouco por todo o mundo. Até ao fim acreditei numa possível recuperação, mas o coração que bateu de forma a torná-lo a maior estrela de sempre, parou, numa altura em que preparava tudo para se reinventar.
Depois da fase de negação lamentei a forma pouco digna com que foi tratado pela imprensa ao longo dos anos. Os boatos, os ódios, as polémicas. Tudo abalou a vida de Michael e contribuiu para a sua queda. Estava cansado, triste e desiludido com o mundo. O seu coração também.
Mas só as pessoas morrem, os astros nunca.
Descansa em paz, Michael.

25 de junho de 2009

"Víctima" da ignorância

Ontem, de noite, estava a fazer o meu habitual zapping pela televisão (embora não seja adepto deste típico desporto luso: ver televisão) e, ao passar pelos canais portugueses (o que é raro), reparo numa novela da TVI em que uma das actrizes falava num portunhol pouco inteligível e deslavado, o que exigia a colocação de legendas. E elas lá estavam... Quando a mocinha diz vítima a tradução apareceu assim: "víctima", que suponho, etimologicamente, ser oriundo da forma verbal "victimizar"... Por um lado fiquei extremamente feliz pela TVI se preocupar com a herança latina da nossa língua portuguesa; mas numa altura em que os "c" e os "p" estão a cair, não será uma preocupação a mais? Habituados como estamos à irreverência de tal canal, não será difícil supor um toque de ousadia porque não imagino que se trate, efectivamente, de um erro ortográfico. Só lamento não ter encontrado tal palavra no meu dicionário, que estará muito incompleto, de certeza. Terá sido incluída tal palavra no novíssimo Acordo Ortográfico? É uma dúvida que fica... Não se admirem se nos testes escolares aparecer escrita a palavra "víctima". Com o sucesso de tais novelas não se "victimizem", se tal acontecer.
Lembrei-me!; constará no Magalhães?

17 de junho de 2009

Transferências milionárias...

Nos últimos dias têm saído sucessivas notícias que dão conta da transferência ultra-milionária que o Cristiano Ronaldo fez, ao sair do Manchester United para o Real Madrid. Eu, aviso desde já, não percebo nada de futebol; mas será possível que nesta verdadeira novela seja necessário despender 94 milhões de euros pelo passe de um jogador? Quando ouvi tal barbaridade fiquei incrédulo, ao constatar ao ponto a que chegámos. É um absurdo e uma afronta a toda a Humanidade, principalmente aquela que está mais carenciada. Nunca simpatizei muito com a cara do rapaz, por nenhum motivo em especial, apenas aprecio mais e melhor as atitudes de outros jogadores. Não será necessário dizer que fiquei felicíssimo quando ouvi as críticas retundantes da ONU e de alguns jogadores de futebol. Se gostava pouquíssimo de futebol, agora ainda gosto menos. Com milhões de pessoas a passarem fome e privações, o dinheiro é mais do que suficiente para amenizar bastantes problemas deste mundo cada vez mais desprezível. Um exemplo é Moçambique, como referi no meu post anterior. Há muita fome por lá que precisa de ser saciada. É este o mundo que criamos para viver? É assim que dá orgulho ter um jogador português?
Da parte que me toca tenho vergonha, e pena, muita pena...

16 de junho de 2009

Moçambique

Conhecendo Portugal (e a sua mentalidade) como conheço, cada vez mais me encantam os países africanos pela sua simplicidade e necessidade de obra e empreendimento. São países magníficos e místicos, como por exemplo, Moçambique.
Confesso que não conheço esta terra, mas o pai que conhece e tão bem, diz-me maravilhas sobre o ar, a água e o cheiro a África que Moçambique exala. Tenho algumas fotos, daquelas antigas, a preto e branco, que me mostram como aquele país é diferente e exótico. Como sabemos, o futuro do mundo está em África, como demonstram as sucessivas notícias que dão conta da emigração portuguesa para Angola. Agora como dantes, os portugueses procuram além-mar melhores oportunidades de vida. Apesar de não possuir tantas riquezas naturais como Angola, Moçambique é um país rico mas pobre, próspero mas manifestamente subdesenvolvido, o que prova a necessidade urgente de uma aposta naquele país. O turismo seria uma boa vertente, se fosse devidamente aproveitado e explorado. As paisagens que me chegam são magníficas e imensamente diferentes de tudo aquilo que conhecemos na Europa. Todo esse património natural tem de ser preservado e, se possível, visitado. Nos dias actuais, em que tantas pessoas gastam dinheiro em destinos como a América do Sul, seria interessante, no mínimo, se prestassem alguma atenção às maravilhas que a África (e aqui tão perto...) nos tem para oferecer.

14 de junho de 2009

Like me...

Decidi dedicar este post para falar um pouco mais sobre mim, retomando o hábito dos primórdios deste meu espaço.
Apesar de (aparentemente) ser igual à maioria das pessoas, de facto, encontro em mim algumas especificidades que me tornam realmente especial e, sobretudo, diferente dos demais. E essas diferenças que não pretendo explorar, como por exemplo o facto de ser culto e inteligente, que não se coaduna com os comuns portugueses, não passam apenas por si só. Existem mais algumas diferenças que por vezes trazem-me inconvenientes, mas também me dão um enorme prazer, porque destacam a minha notória alienação com o mundo que me rodeia. E, digo-vos, não é um mundo fácil. Principalmente Portugal, este país mesquinho que me desperta sentimentos de amor-ódio tão próprios de uma adolescência mal resolvida e com assuntos por arrumar. O pós 25 de Abril é uma fase que decorre nos dias actuais, e é incrível olharmos para trás e notarmos que as mentalidades continuam iguais, tão vivas como nunca!, e cada vez mais fortes, dentro de um país decrépito, arruinado e cada vez mais "orgulhosamente só!", mas desta vez em pobreza não só material, mas principalmente de espírito. E é vê-los agarrados às suas minis, bebendo estupidez misturada à sua parolice, sentido-se os reis, muitas vezes conscientemente do verdadeiro nada que é o seu reinado, ou direi, império?... Se a nossa cabeça conseguir conceber este retrato mórbido à escala de um jardim mal plantado e com flores estragadas do Minho ao Algarve com 10 milhões de pessoas, torna-se fácil constatar o que é a "...Ocidental Praia Lusitana...". Se voltassem, voltariam a morrer. Urge o progresso!!!

29 de maio de 2009

A minha praia...

Tenho uma vontade imensa de ir à praia e, de facto, já está um tempo óptimo para isso. Torna-se tão monótono estar três meses numa cidade grande e poluída como aquela em que me encontro.
Mas existe outro motivo... Em 2003, numa praia para os lados do Baixo Alentejo (Milfontes), conheci uma pessoa que se tornou muito minha amiga. Estava eu na água, a relaxar, quando A. apareceu a nadar. Subitamente, e quando voltou à superfície, olhou para mim. Os olhos de A. penetraram a minha alma, e senti uma conexão muito forte a A. Começámos a falar quando A. me disse: "Olá!", e não foi um "Olá" qualquer, mas uma saudação forte, única... Quis prolongar ao máximo aquele momento e já nem sabia como fazê-lo. Mas, notei uma reciprocidade de A. naquilo que estava a sentir. Foi óptimo. Falámos das férias e A. disse-me que também não era de Milfontes, mas sim do Norte. Confesso que, com tanta exaltação, nem reparei no seu sotaque nortenho. A. era especial em todos os sentidos. Como sentíamos o mesmo, à saída da água, fui buscar o meu telemóvel e trocámos de número.Nos dias seguintes continuámos a ver-nos na praia e a falar. Passeávamos enquanto os meus pais (na altura juntos) estavam deitados ao sol. Eram passeios no areal, muito ingénuos e simples, onde existia uma comunhão de ideias e vontades. E assim foi durante o resto das férias... Não passou das conversas e dos olhares. Na altura, tanto eu como A. éramos muito novos, e não estávamos preparados para nada, para além da confusão que a nossa cabeça tinha. Hoje tenho pena de não ter insistido com A., porque na verdade lembro-me muito de A. O que teria acontecido? Fica a dúvida...
Ainda trocámos sms durante uns tempos, mas a distância e a precocidade da nossa amizade fizeram o seu papel... Nada mais soubemos um do outro, mas do pouco que conheci A., sei que também não se esqueceu de mim.

23 de maio de 2009

Talheres de peixe não tem!

É tão insólito (será?!) que merece um post. Num restaurante nos arredores de Lisboa, ao pedir um prato de peixe, perguntei à empregada se tinham talheres de peixe. Pensei: "-É melhor perguntar, afinal, nunca se sabe...", mas é claro que tinha em mente apenas testar o serviço em alguns restaurantes de Lisboa. E ouvi uma das mais surpreendentes respostas da minha vida; : "-Talher de peixe? Não tem, não!"; dito num sotaque brasileiro. Fiquei perplexo tal o desnível que existe na hotelaria em Portugal. Resolvi perguntar a outra empregada, desta vez portuguesa, ao que ouvi: "-Talher de peixe? O que é isso?", num tom seco e admirado. Não será necessário dizer que mais admirado fiquei eu! Mas afinal, o que é que se passa? Não terem talheres de peixe é uma coisa, grave por sinal...; não saberem o que é, é um autêntico escândalo, merecedor de uma reportagem de duas páginas inteiras num qualquer jornal nacional.
Bom, como sempre fui uma pessoa prevenida, trouxe os meus próprios talheres de casa, num guardanapo de pano e envoltos num laço Christian Dior. Porque considero impossível, mais do que desonroso, comer prato de peixe em talheres de carne. Fui habituado a cumprir na íntegra as boas normas da boa educação, e também à mesa. Mas, porventura, por vezes esqueço-me de que estou em Portugal, o que faz toda a diferença...
Mas, quem é que me manda a mim almoçar em restaurantes suburbanos?

17 de maio de 2009

Exposição "A Evolução de Darwin"



No passado dia 7 deste mês visitei a exposição do srº Darwin, e a verdade é que gostei muitíssimo. Desde as suas teorias evolutivas, representadas por uma série de animais, passando pela biologia e pela análise do ADN (ou DNA para os mais cépticos), a exposição foi óptima e elucida verdadeiramente, especialmente a mim, que destes assuntos não entendo muito. Não é, sem dúvida, a minha especialidade. Deixo-vos com esta imagem, entre muitas que recolhi.

1 de maio de 2009

1º Aniversário

Este mês comemoro o 1º aniversário deste blog. Surgiu na ideia de criar um espaço de opinião e crítica, sem horários e de forma a explorar o quotidiano do nosso mundinho. Nunca tinha tido um blog, estando apenas habituado a escrever em papel e no pc. Concretizada a ideia, surgiu este espaço em que pude expor as minhas opiniões e os meus olhares sobre o mundo. Criei uma "linha editorial", em que a primeira regra foi limitar ao máximo o uso de imagens. Se possível sem elas, de modo a criar um espaço essencialmente de leitura. É o que falta na internet. Leitura simples, sem adornos. Outra das minhas preocupações foi usar uma linguagem acessível, para poder ser compreendido por todos; do Drº ao Pedreiro. Sem problemas. Era-me fácil criar um lugar demasiadamente insuportável, usando nomenclaturas praticamente impossíveis de decifrar pelo comum dos mortais, mas para quê? Os problemas do mundo afectam todos, e se o Drº entende a linguagem do Pedreiro, usemos a linguagem do Pedreiro. Feito. Depois de criado, o problema era corresponder às minhas expectativas, o que com um ano de balanço, respondo positivamente. Era mesmo isto que queria. De fácil acesso (à distância de um clic) e de entendimento geral, acompanho agora o que o mundo tem para nos dar. Quando não nos dá algo de interessante sem ser totalmente negro (porque, infelizmente, é o que acontece demais), hão-de aparecer sempre temas para ser explicitados. É um dado garantido, e um desafio.
Conto convosco!

10 de abril de 2009

Jesus

O Homem vive o dia-a-dia quase sempre sem pensar em nada. Vive espontaneamente, de forma natural, e só quando sente que o perigo espreita é que pensa em Deus, e mais concretamente, em Jesus. Pois bem, o pensamento em Jesus deveria ser diário, porque é apenas nele que encontramos a salvação. Não sou católico, nem um fanático religioso qualquer, mas basta ter "dois dedos de testa" para perceber que os ensinamentos deste Homem podem salvar a Humanidade. Sendo ou não filho de Deus (para mim é o Espírito mais puro que Deus enviou à Terra), Jesus de Nazaré deixou-nos um importantíssimo legado de paz e amor que deveria ser seguido na íntegra. Todos os seus ensinamentos têm uma aplicação geral e cabem em qualquer credo ou religião, portanto, não é difícil perceber que fosse ou não o filho de Deus, pelo menos foi um Ser do mais elevado que passou na Terra. Mentiria um Ser desta Natureza? Não é por um mero acaso que o Islamismo O considera um Profeta, bem como existe um respeito geral pelo nome de Jesus Cristo em todo o mundo.
Não é por estarmos na Páscoa que me ocorreu escrever sobre Jesus, mas sim porque nunca é tarde para nos apercebermos da importância que Ele teve na história da Humanidade. Ele que é visto, nomeadamente pelos católicos, como o Deus encarnado, embora sempre se tenha referido a Deus, não como si próprio, mas como o Seu Pai e Pai de todos nós.

1 de abril de 2009

Christina Aguilera

Já pararam para pensar como a Christina Aguilera é bonita e canta bem? De forma muito envergonhada assumo: só lhe dei o devido valor a semana passada, quando adquiri o seu mais recente albúm de estúdio, Keeps Gettin´Better - A Decade Of Hits. Para além dos seus sucessos de sempre, como o inesquecível Genie in the Bottle, passando por Dirrty e a balada Beautiful, este albúm contém também alguns singles novos, nomeadamente o single homónimo Keeps Gettin´Better. Em 2006 comprei o seu albúm Back to Basics, mas fi-lo mais por curiosidade do que devoção, e agora despertei, finalmente, para esta mulher de verdadeiro sonho. A imagem é única, e a voz algo de insuperável, para aquela que é considerada a melhor cantora da sua geração, deixando para trás nomes sonantes como o de Britney Spears.
A partir de agora, os meus ouvidos estarão mais atentos a esta fantástica intérprete.

27 de março de 2009

De regresso!

A todos os meus assíduos leitores, o meu pedido de desculpas. Estive mais de um mês sem actualizar o blog por motivos "profissionais". Além de o mundo ter andado relativamente calmo, o que é um motivo de regozijo para todos, mas limita as minhas capacidades enquanto escritor, criador de crónicas e sensibilizador de opiniões. Mas, retomo as minhas crónicas, sempre com o estilo que me caracteriza. Um bem-haja!

24 de fevereiro de 2009

Frida Kahlo

Enormíssima pintora mexicana, Frida Kahlo (1907 - 1954) é o rosto de uma mulher sofrida, amargurada, mas de uma sensibilidade única, que deixou para a posterioridade pinturas que retratam a dor, de uma forma especial. Aquela a quem um dia chamaram de surrealista, de facto nunca o foi; Frida pintava a sua dor física e emocional. Em pequena teve poliomielite, que a deixou com sequelas físicas; mas o mais grave aconteceu, quando em adolescente sofreu um acidente de autocarro que a deixou marcada para sempre, levando-a a ser sujeita a cirurgias durante toda a vida, visto ter sofrido múltiplas fracturas ósseas, que também a impossibilitaram de ser mãe, sonho que tanto queria concretizar.
Foi casada com o também pintor mexicano Diogo Rivera, casamento atribulado, mas estável. Frida era bissexual, e tal como o seu promíscuo marido, também ela tinha as suas aventuras extra-conjugais, nomeadamente com o político soviético, Leon Trótski, que esteve exilado em sua casa.
Os quadros de Frida impressionam pela dor contida, e todo o desespero visível sobressai claramente, sem que para isso tenhamos de fazer qualquer esforço. As inúmeras referências ao seu estado físico, levam-me a admirar profundamente o seu trabalho e toda a sua ousadia como mulher. Frida foi revolucionária, até politicamente; num país profundamente dominado pela cultura norte-americana, Frida Kahlo defendia os seus ideais marxistas, deixando alguns trabalhos de índole política. Mas, o que trouxe prestígio a Frida foi o seu sofrimento. Esse estado levou-a a ser conhecida em todo o mundo, feito admirável para uma mulher que passou longas estadias acamada.
"Espero alegremente a saída, e espero nunca mais cá voltar." (Frida Kahlo)

22 de fevereiro de 2009

Tão famosos, tão iguais...

Todos os dias somos surpreendidos com notícias que nos dão conta da vida tão pouco ortodoxa de alguns famosos. As celebridades geralmente são colocadas num patamar especial, mas se repararmos bem, têm vidas semelhantes às dos comuns mortais, e por vezes, com mais escândalos ainda. Vejamos, Michael Jackson tem sido das celebridades mais polémicas de sempre. As suas supostas cirurgias plásticas, a sua doença vitiligo, os seus branquíssimos filhos; a cantora Rihanna e o rapper Chris Brown mais as suas agressões; Madonna e os seus relacionamentos...
São semelhantes aos anónimos, com a diferença de que são conhecidos. O dinheiro traz fortuna, passo a redundância, e também os paparazzi, as polémicas e tudo o resto. Ser conhecido não é sinónimo de educação, de aristocracia, mas sim sinónimo disso mesmo: fama. A fama pode, ou não, ser efémera, o que não será o caso deste famosos que referi acima, mas está intimamente ligada ao mundo do espectáculo, enquanto a aristocracia está ligada aos costumes, à tradição, ao que se pode chamar de alta sociedade. A maior parte dos famosos não são aristocratas, e os aristocratas fogem da fama como "o Diabo foge da cruz...".
Em Portugal, não temos verdadeiramente nem uma coisa, nem a outra, existindo no entanto, algumas famílias tradicionais.
Geralmente, pensa-se que os famosos são entidades fora do comum, mas a verdade é que têm as mesmas vontades, os mesmos desejos. Sofrem e vivem como todos, e também merecem respeito pela sua vida e privacidade. Afinal, nos dias de hoje, qualquer um pode ser famoso; aristocrata, lamento, mas nem todos o serão. Acima de tudo, a educação e a classe fazem parte ou não de nós.

9 de fevereiro de 2009

Um rapaz que encontrei no mundo real...

No sábado passado, num centro comercial bem conhecido da capital, depois de fazer umas compras bem fúteis de coisas que não têm importância nenhuma nem trazem felicidade a ninguém, enquanto estava a andar, deparei-me com um rapaz na casa dos vinte anos, sozinho, sujo e com um ar de quem não vive no mesmo mundo que as "pessoas de bem", num mundo próprio e isolado. Estava e vivia como se mais ninguém existisse naquele momento. Parei para pensar naquele rapaz, e segui-o pelo centro, em busca de perceber um pouco mais daquele comportamento. Não parecia estar bem psicologicamente, agindo como uma pessoa com distúrbios. Mas não fiquei com uma sensação de repulsa, bem pelo contrário, apeteceu-me ajudá-lo. Ao andar, fazia círculos em torno do mesmo lugar, parava nas mesmas montras. Sozinho, tinha a sua cabeça como companhia. Era um rapaz com bom aspecto, elegante, mas a vida já tinha feito das suas naquele ser tão jovem ainda. Tinha saído do hipermercado, onde tinha comprado uma tablete de chocolate e umas maçãs, que comia desalmadamente enquanto percorria um lugar tão cheio e tão vazio. Talvez fosse a sua única refeição, afinal ninguém compra aquilo para comer enquanto anda no centro comercial. As mãos, limpava-as às calças, com uma naturalidade de quem não tem de manter aparências, de quem não está em sintonia com o mundo real. Instintivamente, pensei em falar com ele, talvez fazer-lhe alguma companhia e falar um pouco, mas detive-me, pois percebi que poderia não ser bem entendido. O medo da reacção travou-me os sentidos. E só eu reparei nele... Talvez ninguém olhasse para aquele ser humano tão abandonado, tão estranho, mas ao mesmo tempo tão solitário e necessitado. Depois de um tempo a segui-lo, decidi sair do centro comercial.
Talvez nunca mais o veja, talvez as nossas vidas nunca se cruzem, mas jamais me esquecerei daquele rapaz,   tão novo, e que o medo impediu de chegar, de falar... e que arrependido estou.

6 de fevereiro de 2009

Muito sério?, ou nem tanto?...

Há algum tempo atrás, não muito, um amigo meu que vou identificar como G., disse-me que ao ler o meu excelentíssimo blog, achou o conteúdo um pouco sério demais, o que não se coaduna com a minha personalidade, que até considerava divertida e descontraída...
Meditei seriamente sobre o assunto, e cheguei à conclusão de que a minha dupla personalidade se aplica também ao blog. Assumo, de uma forma congénita, um dualismo muito próprio, que me traz coisas boas e más. Atrai invejas de muito boa gente, que não lida bem com o meu sucesso e que tenta fazer de tudo para prejudicar; mas também atrai pessoas pela minha simpatia e espontaniedade, que revelo nos mais imprevistos momentos. Esta dupla personalidade também se manifesta nas minhas acções, que variam mediante com quem estou a lidar, e com a complexidade das situações. Não perderei mais tempo a falar de mim, por agora.
Em relação ao blog, caro amigo G. e leitores, os conteúdos, ao serem definidos por mim, variam entre o actual, social e político, com a influência do meu exacto estado de espírito no momento. No entanto, retomarei uma variante mais impessoal e jovem, mantendo todo o estilo que me caracteriza.

1 de fevereiro de 2009

Caso Freeport

Muito se tem falado acerca da integridade moral do Primeiro-Ministro o Engº José Sócrates; mas a mim pouco me importa se, de facto, existiram favorecimentos ilícitos ou não. O que deveria verdadeiramente importar à população é o desempenho do Engº José Sócrates enquanto Primeiro-Ministro, desempenho esse que considero notável. Parece-me ser um homem bastante capaz, coerente e com espírito prático. Corajoso, não tem medo de enfrentar lobbies e tomar medidas impopulares. Não sou socialista, nem me identifico totalmente com a doutrina do Partido Socialista, mas aprecio a actuação de Sócrates. É, sem dúvida, o homem mais eficiente para ocupar o cargo que está a exercer e não se afiguram alternativas visíveis, pelo menos até agora.
Pergunto-me, por vezes, se não estará a ser vítima de uma cabala para diminuir a sua credibilidade, o que é tão frequentemente usado como arma política. A altura é a mais favorável, na medida em que estamos em ano de várias eleições; mas o contrário também pode suceder, e em vez de uma destruição política, a imagem de José Sócrates pode sair bem mais fortalecida. As maiorias absolutas são sempre incómodas, e uma divisão de força leva um partido político dominante a fazer algumas cedências, mas Portugal necessita de uma maioria que governe sem medos; que tome decisões que tire o país do marasmo em que se encontra.