22 de novembro de 2008

Matthew Shepard

Matthew Shepard foi um jovem norte-americano nascido em Casper, no Wyoming, em 1 de Dezembro de 1976. Bom estudante, também pertencia ao coro da sua Igreja. Em 1995, depois de formado, continuou a exercer um cargo no Conselho Ambiental de Wyoming. Era tido pelos pais como uma pessoa liberal, acessível a todos e que se insurgia com as desigualdades da sociedade.
No dia 7 de Outubro de 1998, com 21 anos de idade, conheceu dois indivíduos num bar, que posteriormente lhe ofereceram boleia. Matthew foi, então, levado para um descampado numa zona rural, amarrado numa vedação e violentamente espancado...
Deixado a morrer, foi encontrado 18 horas depois por uma mulher polícia, que a princípio pensava tratar-se de um espantalho. Matthew ainda estava vivo, mas em coma.
Matthew foi levado para o hospital de Fort Collins, no Colorado, com várias lesões, nomeadamente na cabeça, orelha, tronco cerebral, que dificultaram o ritmo cardíaco, a temperatura corporal e outros sinais vitais. As lesões eram muito graves para serem operadas. Matthew morreu a 12 de Outubro de 1998. A polícia descobriu, pouco tempo depois, os dois assassinos. Alegado motivo do crime: preconceito sexual. Os dois assassinos estão presos perpetuamente, sem direito a liberdade condicional. As agressões a Matthew foram tão violentas que as únicas zonas de seu rosto que não ficaram cobertas de sangue, ficaram-no de lágrimas.
Esta história verídica emocionou milhões e levou a uma ampla divulgação sobre os crimes de ódio.
O filme de 2002, The Matthew Shepard Story, é um retrato real desta tragédia. Com a participação de Saw Waterson, Shockard Channing e a interpretação fantástica de Shane Meier no papel de Matthew Shepard. É um drama pesado, mas que aconselho a todos, afinal podemos fazer tudo para que tragédias iguais não voltem a suceder.

10 de novembro de 2008

Barack Obama

A vitória de Barack Obama representa não só uma viragem para o mundo, mas também a ascenção de um homem que consigo traz milhões de pessoas nos EUA, e em todo o mundo. O primeiro afro-americano na presidência da maior potência mundial é a afirmação das comunidades negras em todos os países maioritariamente de raça branca. Só por este facto, já merece o regozijo de todos nós; mas a vitória de Obama inicia um novo ciclo para a humanidade e a mudança nas políticas mais desastrosas de sempre. A Administração do cessante presidente Bush conduziu o mundo a um cenário sem precedentes no novo quadro global: a guerra injustificada. A invasão do Iraque, sem o aval da ONU, com vista apenas ao controlo do petróleo iraquiano, transformou-se numa ocupação de carácter colonialista. Cada vez mais, a autoridade mundial das Nações Unidas é sobreposta pelo poderio económico e bélico norte-americano.
Obama, em campanha eleitoral, prometeu a retirada em 16 meses, embora a situação na área fique complicada, caso se venha a confirmar este desejo. Com a saída das tropas americanas e dos seus aliados (NATO), o Iraque fica numa posição enfraquecida no Médio Oriente, sujeito ao domínio da Al-Qaeda e do Irão. Caso permaneça a ocupação americana, existe o risco sério de surgir um novo Vietname, com todas as consequências que isso acarreta.
Com tudo isto, mais a recuperação económica urgente, é previsível que a Administração Obama não seja tarefa fácil, tendo em conta a herança das políticas dos últimos 8 anos. Mas Obama tem o que poucos tiveram: todo um mundo e um sonho do seu lado...
"I have a dream." (Martin Luther King)

9 de novembro de 2008

Palácio-Nacional de Mafra

Hoje, fiz uma viagem até Mafra que me levou a percorrer destinos, vidas e épocas... Sempre fui um apaixonado por História, e a vida e obra de um dos mais emblemáticos reis portugueses não me seria indiferente. D. João V, foi com todo o seu esplendor, o expoente máximo do Absolutismo em Portugal, como o podemos observar na sua obra de Mafra. "Copiando" o modelo francês do Rei-Sol Luís XIV, D. João V trouxe para um pequeno reino da Europa a sumptuosidade e ostentação jamais vistas, nem mesmo no reinado do Venturoso, D. Manuel I. As remessas de ouro brasileiro permitiram ao Magnânimo criar uma corte luxuosa e imponente. Nunca o rei Fidelíssimo poderia ficar aquém dos restantes monarcas. É importante salientar a destreza e perspicácia deste rei na encenação e jogos de poder. A construção do Palácio-Convento era também uma forma de mostrar o poderio e riquezas de Portugal. Inicialmente um convento para umas dezenas de frades franciscanos, o Palácio-Convento chegou a albergar mais de três centenas. É importante referir que a construção do Convento foi aconselhada ao rei pelos frades, de modo a que a rainha D. Maria Ana de Aústria tivesse a graça de Deus para conceber o tão desejado herdeiro. A construção do Palácio demoraria 33 anos, acabando no ano da morte do monarca (1750). A Igreja principal é sumptuosa, cujas paredes altas e verticais transmitem uma sensação de "peso". A cúpula, no alto, que tive a oportunidade de percorrer o corrimão, provoca vertigens aos mais ousados! A sonoridade e acústica da Igreja são impressionantes.
Já na parte do Palácio, visitei as salas e aposentos reais, incluíndo, a "retrete" da época que muito me intrigou, já que não era para banhos (a higiene era inexistente), mas sim para refrescar (termo da época, já que a água e o corpo eram vistos como algo impuro) o corpo. Tive a oportunidade de ir aos terraços que têm uma vista encantadora sobre todo o monumento e Mafra.
A magnífica biblioteca com mais de 40.000 livros é lindíssima. Todo o pó, (pouca) luminosidade e atmosfera envolvente produzem uma misticidade estranha e acolhedora.
Magnífico monumento, não deixo de aconselhar uma visita ao Palácio-Nacional de Mafra que é também uma visita ao mais carismático rei português, D. João V.